O veículo Hyundai HB 20 do líder comunitário Damião Brito, que havia sido levado por criminosos que o esfaquearam na tarde da última segunda-feira em Araçatuba, foi localizado no final da tarde desta quarta-feira em um canavial na zona rural de Birigui. A polícia chegou até o veículo depois que o advogado dos autores, que ainda não se apresentaram, informou a localização.
A esposa de Brito, Karina Brito, disse que até agora só não tem informações do celular do marido. Ela disse que a Polícia Civil de Birigui já manteve contato e informou que após os trâmites legais e perícia o veículo será restituído. Ela confirmou que dentro do carro, além de carteiras e documentos, e alguns objetos que não pertencem ao seu marido, estava o dedo de Brito, decepado enquanto ele tentava se defender das agressões.
Cirurgia
Brito está se recuperando na Santa Casa e na tarde desta quinta-feira vai passar por uma cirurgia de reconstrução dos tendões. Na noite de terça-feira ele deu uma entrevista ao Regional Press e contou detalhes do ocorrido, e também negou a versão de que ele e os dois homens que o esfaquearam haviam planejado um roubo a malote.
O crime
Brito contou que na tarde de segunda-feira conversou com um rapaz que lhe devia um dinheiro (referente ao distrato da venda de um imóvel) e fez a cobrança. O devedor pediu para que ele o buscasse para irem ao banco. Eles combinaram de se encontrar na rua Baguaçu, ao lado da Unip.
Ele foi o local onde pegou pai e filho. Os dois entraram no carro, o pai no banco traseiro e o filho no dianteiro. “Assim que sai com o carro, o passageiro que estava atrás colocou uma faca no meu pescoço. Pensei que fosse uma brincadeira, mas ouvi o filho dele gritando: mata! mata!”, contou o líder.
Brito tentou se defender e segurou a faca, e acabou tendo dois dedos decepados. “O rapaz que estava do meu lado também estava com uma faca. Abri a porta do carro pra pular e fiquei enroscado levando facadas na mão, foram mais de 15”, lembrou. Brito também levou a facada no pescoço.
O rapaz que estava no banco dianteiro assumiu o volante do carro de Brito e o arrastou por cerca de 200 metros, até ele escapar. Segundo a vítima, os criminosos voltaram como carro para tentar atropelá-lo, mas ele já estava sobre a calçada, onde ficou até ser resgatado pelo Samu.
Desmentindo o roubo
Sobre a versão de que ele se desentendeu com os dois agressores após desistir de um roubo de malote de dinheiro, que estaria combinado anteriormente, Brito desmentiu e disse que não sabe de onde surgiu essa história. Ele afirma ter provas das conversas de que havia se encontrado com os dois homens para cobrar a dívida, e inclusive comentou com um amigo momentos antes que iria levar um credor ao banco para receber um dinheiro.
O líder comunitário, conhecido por usar as redes sociais em prol a causas solidárias e também para cobrar atuação de políticos da cidade, disse que um advogado já está acompanhando os casos de notícias e postagens envolvendo seu nome com essa versão de suposto roubo, e disse que ainda nem havia dado sua versão do caso à polícia.
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