Fábio Alexandre Oliveira e Erlon Paliotta Ferrite, presos durante a Operação Lesa Pátria, desencadeada pela Polícia Federal, foram transferidos, na manhã desta quarta-feira (29), para uma unidade prisional de São José do Rio Preto. Eles estavam desde o dia 17 na cadeia local e são investigados de participarem dos ataques ocorridos em 8 de janeiro deste ano em Brasília (DF).
Inicialmente, a remoção estava prevista para ocorrer na semana passada, no entanto, o diretor de assuntos carcerários, o delegado Eugênio Pedro Bibiano Timóteo dos Santos, havia enviado ofício ao gabinete do ministro Alexandre Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), solicitando informações sobre qual procedimento seria adotado.
O caminhão da SAP (Secretaria da Administração Penitenciária) chegou até a cadeia local pouco depois das 10h para levar os investigados até a unidade prisional. Além deles, outros presos também seriam transferidos. Ambos foram personagens de uma reportagem exibida pelo Fantástico. No dia dos atos, Oliveira apareceu na cadeira de Moraes, já retirada do prédio do STF. Sentado na poltrona, xingou o magistrado de “vagabundo”.
Ele é apontado com um dos homens que lideraram caravanas do interior paulista rumo ao Distrito Federal. Dois ônibus da cidade foram enviados para Brasília e chegaram a ser apreendidos pela PF na época. O outro é o ex-chefe de Serviços de Ambulâncias, Erlon Paliotta Ferrite.
Segundo o que foi apurado, ele teria sido encontrado na casa dos pais, com quem estava morando. Um vídeo divulgado mostra o investigado subindo a rampa de um dos prédios. Também teria sido ele que gravou um vídeo chutando os bustos dos juristas Victor Nunes Leal e Pedro Lessa, que já aparecem jogados no chão. Ferrite é ex-servidor público.
Ele foi chefe do Serviço de Transporte de Ambulância e se candidatou a vereador pelo PV (Partido Verde) em duas eleições: 2012 e 2016. Em janeiro, o prefeito Caíque Rossi (PSD) assinou a portaria de exoneração de Ferrite. Desde o movimento, do qual o próprio agente gravou vídeos e postou nas redes sociais, ele não apareceu para o trabalho e nem foi localizado.
Após ganhar repercussão, o prefeito havia determinado averiguação. Os fatos investigados constituem, em tese, os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido. (Por: Ivan Ambrósio)
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