O promotor Lincoln Gakiya, do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) de Presidente Prudente, interior de São Paulo, é um dos alvos da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), conforme revelaram as investigações da Polícia Federal. Ele falou ao vivo no programa Linha de Frente, da Jovem Pan News, sobre a ameaça dos criminosos considerados mais perigosos do país.
Ele afirmou que não vai ceder a esse tipo de pressão por parte da quadrilha com a atuação até em outros países e que a operação da PF desta quarta-feira, 22, teve início por causa da indicação do Ministério Público Estadual. “Desde 2005, eu não parei um dia sequer de investigar essa organização. Como eu disso, isso me custou vários planos para me matar, inclusive uma determinação mesmo, que partiu do Marcola, que se ele fosse removido, eu deveria ser morto. E eles têm tentado. Na verdade, eu, pessoalmente, nunca recebi nenhuma ameaça. As cartas, quando são apreendidas, contém planos para pra me assassinar, usando explosivos, drones, detalhando a maneira de execução”, comentou o promotor.
Atualmente, o PCC atua com características de máfia, segundo o representante do Ministério Público. Por isso, na opinião dele, é necessária a união dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário para combatê-lo. “Eu espero, começando dos tribunais superiores é um entendimento de que nós estamos lidando com um crime que, realmente, é organizado, é violento, e que está chegando a se infiltrar nos Poderes. É isso o que eu tenho visto. Espero que o poder Legislativo reveja algumas medidas, endureça a legislação no combate a essas organizações, principalmente, a lideranças, e que o poder Executivo também aja no sentido de promover uma verdadeira integração entre as polícias, coisa que eu não tenho visto até hoje”, declarou.
A operação realizada pela Polícia Federal nesta quarta cumpriu 24 mandados de busca e apreensão e 11 de prisão em quatro Estados: São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul e Rondônia, além do Distrito Federal. Conforme as investigações revelaram, o objetivo da facção era sequestrar e matar representantes das forças que combateram ou combatem o crime organizado no país.
Além do senador Sergio Moro (União-PR), que enquanto era ministro da Justiça e Segurança Pública na gestão Bolsonaro promoveu a remoção do chefe do PCC, Marcos Willians Herbas Camacho, conhecido como Marcola, de uma penitenciária estadual para uma federal, com mais restrições e reforço na segurança, o promotor Gakiya afirma que o plano de agirem contra eles ocorreu por a facção não ter meios de resgatar Marcola.
“A possibilidade do Marcola ser resgatado de dentro dessa unidade é muito pequena, quase zero. A não ser que haja facilitação. E, aí, vem o plano B, que já estava determinado nessas investigações, que inclusive eu também participei, que eram atentados contra agentes públicos e sequestros”, disse.
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