As declarações polêmicas de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre Sergio Moro durante a semana passada transformaram o ex-juiz em um dos principais concorrentes na busca pela posição anti-Lula. Moro obteve mais visibilidade, atraiu atenção e mobilizou uma oposição tímida desde a partida de seu líder anterior.
Lula, involuntariamente, reabilitou Moro como concorrente e impulsionou seu projeto político. Bolsonaro, por sua vez, percebeu a ameaça e se posicionou como vítima da violência orquestrada pela esquerda.
Se o ex-presidente prolongar suas férias na Flórida por medo das consequências no Brasil, corre o risco de perder a posição anti-Lula para Moro.
Diante do crescente apoio a Moro, Jair Bolsonaro (PL) anunciou seu retorno ao Brasil no final do mês. A possibilidade de encontrar um cenário dominado pelo ex-juiz da Lava Jato parece ser mais assustadora do que enfrentar acusações acumuladas durante seu mandato.
Cenário eleitoral brasileiro
O calendário eleitoral no Brasil tradicionalmente começa no primeiro dia de qualquer governo, e 2026 está se aproximando. Até recentemente, Moro não estava entre os cinco favoritos para liderar a oposição ao PT em quatro anos. Tarcísio de Freitas (Republicanos) estava à sua frente, com sua influência como governador e suas críticas ao governo federal.
Essas movimentações mostram que não há vácuo de poder, mesmo na oposição. O esforço do PL de Valdemar Costa Neto em tornar Michelle Bolsonaro uma alternativa eleitoral viável também é notável. Entretanto, seu marido a aconselhou a não alimentar essa ideia.
Moro: da magistratura à política
Moro abandonou a imagem de juiz imparcial quando deixou a magistratura para integrar o governo beneficiado pela prisão de Lula, que ele determinou em 2018 – antes, portanto, da Vaza Jato. Após sair do governo, Moro testou a viabilidade de sua candidatura à presidência.
Ele percebeu que enfrentaria petistas e bolsonaristas e que a terceira via não comportaria grandes planos. Assim, elegeu-se senador, já sob a influência do bolsonarismo.
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