Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), o ex-coronel da Polícia Militar do DF (PMDF), Jorge Eduardo Naime, revelou que bolsonaristas acampados no QG do Exército acreditavam em um mundo paralelo e chegaram a mencionar a colaboração de extraterrestres em um suposto golpe de Estado contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Naime contou aos parlamentares que presenciou diálogos surreais no acampamento bolsonarista. Um homem chegou a afirmar ser um extraterrestre infiltrado, pronto para auxiliar as Forças Armadas na tomada de poder. Segundo o ex-coronel, essas pessoas viviam em uma bolha, consumindo apenas informações de fontes internas.
A CPI busca esclarecer ataques promovidos por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a prédios públicos em Brasília no dia 8 de janeiro. Recentemente, a Comissão aprovou a convocação do general Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI), para depor.
O Supremo Tribunal Federal (STF) informa que mais de 2 mil pessoas foram presas devido aos atos antidemocráticos. O próprio Naime foi detido após os ataques, no contexto da Operação Lesa Pátria da Polícia Federal. Mesmo tendo pedido folga na véspera das invasões, o ex-coronel trabalhou durante os eventos.
Naime declarou não ter participado do planejamento da segurança na Esplanada dos Ministérios no dia dos atos, mas estranhou que apenas 200 policiais alunos de formação teriam sido empregados na ocasião. Em comparação, 2.193 PMs foram aplicados durante a posse do presidente Lula, uma semana antes. O ex-secretário de Segurança do DF, Fernando Oliveira, afirmou que esperava um efetivo maior, de 600 policiais.
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