O ex-presidente Jair Bolsonaro foi implicado em um caso relacionado ao resgate de valiosas joias da Arábia Saudita no Aeroporto de Guarulhos. Um documento inserido no inquérito da Polícia Federal (PF) indica que um servidor da presidência viajou a São Paulo para buscar as joias sem pagar impostos.
Nos últimos dias do governo Bolsonaro, um avião da Força Aérea Brasileira levou Jairo Moreira da Silva, primeiro-sargento da Marinha, a Guarulhos com a missão de resgatar um colar de diamantes e outras joias avaliadas em R$ 16,5 milhões. As peças foram apreendidas pela Receita Federal no ano anterior junto a auxiliares do ex-presidente.
Evidências de envolvimento
O delegado Adalto Ismael, responsável pela investigação, encontrou indícios de envolvimento do ex-presidente no documento que justificava a viagem de Jairo a Guarulhos. Segundo o Portal da Transparência, a viagem foi para “atender demandas do Senhor Presidente da República”. A justificativa oficial permitiu que os cofres públicos custeassem a viagem do servidor.
Ao chegar em Guarulhos, Jairo tentou convencer um fiscal da Receita a entregar as joias, mas foi informado que elas estavam em um cofre e que o procedimento correto não era aquele. Imagens do circuito interno da Receita mostraram a tentativa de Jairo de recuperar o colar de diamantes destinado à então primeira-dama, Michelle Bolsonaro.
Depoimento marcado e defesa de Bolsonaro
A PF agendou o depoimento de Bolsonaro no inquérito para 5 de abril. Duas caixas de joias com diamantes foram trazidas ao Brasil pela comitiva do então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque. Uma das caixas foi identificada e apreendida, enquanto a outra passou despercebida.
Ao retornar dos Estados Unidos, Bolsonaro afirmou que as joias foram um presente da Arábia Saudita e que chegou a cogitar leiloá-las. Ele declarou que nunca teria uma joia desse valor e que, se fosse sua, a destinaria a instituições de caridade ou faria bom uso dela.
Deixe o seu comentário