Um adolescente de 15 anos, de Araçatuba, foi levado ao Plantão Policial, na noite dessa quinta-feira (30), após denúncias de que ele estaria planejando um massacre em uma escola estadual da cidade. As autoridades, inclusive, estariam avaliando a possibilidade de sua internação na Fundação Casa, como medida cautelar, termo do meio jurídico que equivale a um ato de precaução.
Ao ser ouvido, o adolescente confirmou, informalmente, que sua intenção era a de esfaquear alunos e professores da escola. Disse, ainda, que não gosta de homossexuais nem de negros e que “a raça tem que ser ariana”, fazendo apologia ao nazismo.
Com o estudante, que se diz pró-Bolsonaro, foram encontrados livros do escritor Olavo de Carvalho, representante do conservadorismo no Brasil, com expressiva influência na extrema-direita brasileira e apontado como guru do governo bolsonarista.
O aluno também tinha em sua posse conteúdos que abordavam um possível esquema de golpe do ex-presidente e o plano de um atentado.
Procurado pela reportagem do RP 10, o promotor da Infância e da Juventude de Araçatuba, Joel Furlan, se limitou a dizer que o caso corre sob sigilo.
Ele não confirmou se o adolescente foi realmente internado na Fundação Casa. Geralmente, nestes casos, a internação provisória é pelo prazo máximo de 45 dias, para que o fato seja apurado no processo de conhecimento, de forma a decidir se o adolescente será liberado ou se irá cumprir determinada medida socioeducativa.
Na última terça-feira (28), o RP10 publicou matéria sobre bilhetes ameaçadores que foram encontrados na Escola Estadual Nilce Maia Souto Melo, localizada na Rua Honduras, Vila Industrial, em Araçatuba.
O “recado” ameaçador estava escrito na porta dos banheiros feminino e masculino, com os dizeres: “Dia 4 de abril vocês vão ter uma surpresa. Já deixei bem claro no banheiro das meninas. ‘Massacre Dia 4 de Abril’. Vou esperar todos vocês na escola”, dizia um dos bilhetes, que tinha a assinatura de “André”.
Segundo a Secretaria da Educação do Estado, os gestores da escola acionaram a Ronda Escolar e registraram um Boletim de Ocorrência na Polícia Civil, para a investigação do caso.
Não há confirmação, no entanto, se o adolescente que será investigado por denúncia de massacre pretendia cometer o atentado na Escola Nilce Maia ou em outra unidade escolar da cidade.
Após a publicação da matéria, a defesa procurou a reportagem do RP10 e negou que o jovem tenha confirmado as denúncias, ainda que informalmente.
Segundo a defesa, ele negou os fatos perante às autoridades competentes, mas admitiu que gosta do assunto e procura estudar a respeito de casos criminais.
Ainda conforme a defesa, o adolescente sofre de TEA (Transtorno do Espectro do Autista), fazendo tratamentos, e teme por sua integridade física diante da repercussão negativa do caso nas redes sociais.
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