A Justiça recebeu no início da semana a denúncia do Ministério Público contra os dois homens acusados do assassinato do casal Magali Cantarani Poletti, 61 anos, e Lourival Aparecido Poletti, 56. Com o recebimento da denúncia também foram mantidas as prisões dos autores, Daniel Cantarani, 36 anos e Renalto Balbino, 37, além de uma mulher presa posteriormente.
A denúncia havia sido oferecida pelo Ministério Público, por meio do promotor de Justiça Adelmo Pinho, no dia 27 de janeiro, e foi recebida nesta segunda-feira. O promotor também requisitou instauração de incidente de insanidade de um dos acusados, que foi declarada pelo juiz.
Como existe nos autos processo com pedido de interdição de um dos acusados, que é sigiloso na esfera cível, o promotor também pediu sigilo na esfera criminal. Portanto, o processo a partir de agira corre em segredo de justiça.
De acordo com o promotor, Diego Cantarani, filho de Magali e enteado de Lourival, será processado duas vezes por homicídio por motivo torpe, utilizando-se de meio cruel, com recurso que dificultou a defesa da vítima e violência doméstica, além de ocultação de cadáver.
Renato Balbnino, alvo da instauração de incidente de insanidade, foi denunciado duas vezes por homicídio por motivo torpe (mediante recompensa), com utilização de meio cruel (pauladas) e recurso que dificultou a defesa das vítimas, além de ocultação de cadáver e furto.
Uma mulher, presa posteriormente, identificada pelas iniciais H.D.N.A., acusada de fornecer medicamentos usados na tentativa de dopar o casal, será processada também por duplo homicídio praticado por motivo torpe, utilização de meio cruel com recurso que dificultou a defesa das vítimas, além da ocultação de cadáver, por ter concorrido na participação dos crimes. Ela também teria ajuda a planejar os assassinatos.
O crime
De acordo com a polícia, o filho de Magali confessou o crime e admitiu que antes da agressão a pauladas colocou remédios como Diazepam e Clonazepam no suco do casal para que eles tivessem algum tipo de ataque, o que não ocorreu.
Porém, com as vítimas sonolentas, os algozes decidiram cometer o crime com pedaços de madeira. Ainda conforme a polícia, o pagamento dos R$ 700 foi feito por Daniel ao colega Renato, seu ex-companheiro, na garagem de casa na noite do crime, para que ele executasse a ação.
Lourival foi atacado no sofá da sala após deitar e apagar a luz. Ele foi agredido violentamente com um cabo de machado. Em seguida, os autores agrediram a mulher. Com o casal já morto, os autores tinham a intenção de colocar os corpos no carro e atear fogo no veículo em um local isolado.
O corpo de Lourival foi colocado no porta-malas do veículo dele, estacionado na garagem. A dupla criminosa levou o corpo de Magali até a garagem, mas não conseguiu colocá-la no carro devido ao peso. Foi então que a dupla resolveu revirar a casa para simular um latrocínio (roubo seguido de morte). Um tempo depois, Daniel acionou a Polícia Militar dizendo que havia encontrado a casa revirada.
Os policiais acharam os corpos das vítimas e passaram a investigar o caso. Como Daniel caiu em contradição nas versões apresentadas, a Polícia Civil passou a desconfiar do envolvimento dele. Após horas de questionamentos, ele acabou confessando o crime e indicando o comparsa. No decorrer da investigação, a polícia chegou até a mulher que ajudou a dupla a tentar se livrar de uma eventual investigação policial.
Conforme a investigação, foi essa mulher quem forneceu os medicamentos controlados usados para dopar as vítimas. Ela também ajudaria na fuga dos envolvidos após a desova dos corpos, o que não chegou a acontecer.