A cabelereira Valdisa da Silva Oliveira, de Araçatuba, saía de sua casa, na tarde dessa segunda-feira (6), no Umuarama, para buscar os filhos na escola, quando se deparou com um filhote de jacaré debaixo do pneu dianteiro esquerdo de seu carro.
O animal, segundo ela, media aproximadamente um metro de comprimento e, provavelmente, teria vindo de uma área verde próxima ao Ribeirão Baguaçu, no Jardim Florença, que fica perto de sua casa, na rua Anze Molize.
Ao se deparar com o animal, ela gritou e o marido foi em seu socorro, espantando o filhote com um cabo de vassoura. Assustado, o bicho fez menção de atacar, mas seguiu para a área verde.
“Eu fiquei com as pernas bambas, porque, a princípio, pensei que fosse um tiú (lagarto)”. A gente espantou o jacaré, mas não o machucou, afirmou. Ela acredita que a família do jacaré esteja por perto e, com receio, achou melhor não deixar os cachorros fazerem o habitual passeio noturno diário.
Espécie
O secretário municipal de Meio Ambiente de Araçatuba, Lucas Savério Proto, que é engenheiro florestal, afirma que o animal é da espécie jacaré-do-papo-amarelo, nativo da região Noroeste de São Paulo. Conforme ele, o animal deve ter cerca de um ano de idade.
“Eles são nativos, estão aqui há milhões de anos e a gente não consegue impedir alguns contatos como este que ocorreu no Umuarama”, afirmou.
Proto explica que os jacarés são considerados animais sinantrópicos, ou seja, que estão se adaptando para conviver com os seres humanos, como ocorre com as capivaras e a maior parte das aves (andorinhas, pardais e rolas, além de morcegos, que são mamíferos.
A veterinária Jaqueline da Silva Borégio, do Creas (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres) de Araçatuba, afirma que os animais silvestres estão cada vez mais aparecendo em meios urbanos, devido à pressão que seus habitats vêm sofrendo com fragmentação e desmatamento de áreas naturais, somado à expansão da agricultura e pecuária.
Cuidados ao se deparar com um jacaré
Ao se deparar com um jacaré, as pessoas devem se afastar e guardar os animais domésticos, segundo o engenheiro florestal. Ele orienta a não tentar contato nem espantar o animal, mas acionar o Corpo de Bombeiros, que assim como a Polícia Ambiental, possui autorização legal para o manejo de animais silvestres, além de treinamento e equipamentos para isso.
Os órgãos competentes fazem a captura do animal e posterior soltura em área adequada. “Ter contato direto com o animal pode ser interpretado como crime ambiental, além dos riscos a que as pessoas ficam expostas”, alerta Lucas Proto.