A Polícia Civil fez hoje (18) a reconstituição do crime brutal que vitimou um casal no sábado passado no bairro TV, em Araçatuba (SP). O procedimento contou com a participação do filho do casal Daniel Cantarani, 36 anos, apontado como mentor e autor do crime e de um amigo dele, Renato Balbino, que recebeu R$ 700 para ajudar nos assassinatos. Além dos dois, uma mulher também foi presa acusada de colaborar à distância nos crimes.
A reconstituição foi realizada na residência do casal assassinado, Magali Cantarani Poletti e Lourival Aparecido Poletti. Os policiais fecharam a rua José Xavier Couto e simularam a ação dos envolvidos na madrugada do duplo assassinato.
Os envolvidos contaram detalhes de como renderam e agrediram as vítimas a pauladas. Também mostraram como os corpos foram carregados para a garagem. Toda a reconstituição foi fotografada por peritos do IC (Instituto de Criminalística) de Araçatuba. O laudo será incluído no inquérito aberto pela Polícia Civil para investigar o caso.
A reconstituição, ou reprodução simulada dos fatos, é usada para verificar e determinar a mecânica e o modus operandi do criminoso, bem como esclarecer aspectos do crime, identificar possíveis agravantes ou até premeditação. A reconstituição está prevista no art. 7º do Código do Processo Penal, mas desde que a simulação dos fatos não contrarie a ordem pública ou a moralidade do acusado.
De acordo com a polícia, o filho de Magali confessou o crime e admitiu que antes da agressão a pauladas colocou remédios como Diazepam e Clonazepam no suco do casal para que eles tivessem algum tipo de ataque, o que não ocorreu. Porém, com as vítimas sonolentas, os algozes decidiram cometer o crime com pedaços de madeira. Ainda conforme a polícia, o pagamento dos R$ 700 foi feito por Daniel ao colega na garagem de casa na noite do crime.
Lourival foi atacado no sofá da sala após deitar e apagar a luz. Ele foi agredido violentamente com um cabo de machado. Em seguida, os autores agrediram a mulher. Com o casal já morto, os autores tinham a intenção de colocar os corpos no carro e atear fogo no veículo em um local isolado.
O corpo de Lourival foi colocado no porta-malas do veículo dele, estacionado na garagem. A dupla criminosa levou o corpo de Magali até a garagem, mas não conseguiu colocá-la no carro devido ao peso. Foi então que a dupla resolveu revirar a casa para simular um latrocínio (roubo seguido de morte). Um tempo depois, Daniel acionou a Polícia Militar dizendo que havia encontrado a casa revirada.
Os policiais acharam os corpos das vítimas e passaram a investigar o caso. Como Daniel caiu em contradição nas versões apresentadas, a Polícia Civil passou a desconfiar do envolvimento dele. Após horas de questionamentos, ele acabou confessando o crime e indicando o comparsa. No decorrer da investigação, a polícia chegou até uma mulher que ajudou a dupla a tentar se livrar de uma eventual investigação policial.
Conforme a investigação, foi essa mulher quem forneceu os medicamentos controlados usados para dopar as vítimas. Ela também ajudaria na fuga dos envolvidos após a desova dos corpos, o que não chegou a acontecer.
Os três envolvidos seguem presos preventivamente. O crime chocou a população de Araçatuba pela violência empregada pelo filho contra a mãe e o padrasto.