Comumente pessoas famosas, aposentadas, voltam a ser lembradas quando morrem, com a notícia veiculada pela mídia. Esse não é o caso do “Rei Pelé”, que sempre foi reverenciado, em vida, em todas as Copas do Mundo de Futebol, após deixar os gramados.
Reconhecido mundialmente como o maior jogador de futebol de todos os tempos, muitos de seus ex-colegas e adversários questionavam se ele era realmente de carne e osso. Pelé foi o brasileiro mais conhecido em todo o planeta. Bateu todos os recordes possíveis no futebol, sendo considerado um gênio da arte futebolística, com preparo físico inigualável à época. Foi o jogador mais novo a vencer uma Copa do Mundo de Futebol, com 17 anos de idade, em 1958, na Suécia.
De 1958 a 1970, foram três títulos em quatro Copas. Em 1969, segundo a mídia, o craque parou uma guerra civil na Nigéria, quando o Santos, numa turnê pela África, disputou uma partida contra a equipe do Benin City. Pelé despediu-se do futebol em 1977, em um jogo do Cosmos contra o Santos, nos Estados Unidos. Pelé é um ser mítico (mesmo falecido), que não representa somente a comunidade afrodescendente, mas todos os brasileiros e o futebol mundial. Na crise de heróis do mundo atual, Pelé nos socorre.
O “Rei”, ao contrário de muitos jogadores famosos de futebol, sempre foi acessível e humilde, sendo admirado, prestigiado e homenageado por presidentes, reis e papas. Pelé se recusava a fazer propaganda de cigarros e bebidas alcoólicas. A máxima de que “toda unanimidade é burra” não serve para Pelé. Futebol, lembremos, não significa tão somente esporte; é sinônimo de saúde, alegria, motivação, descontração, vida … Pelé foi a exteriorização encarnada e simbólica de tudo isso.
É natural questionamentos e intromissão pelas pessoas na vida pessoal do “Edson Arantes do Nascimento”, porque foi uma pessoa pública. Certamente cometeu erros e “pecados”, como qualquer outro ser humano, mas quem não os tiver, que “atire a primeira pedra”. Pelé deixou esposa, filhos, netos e muita saudade. Enfim, diante da inafastável certeza da efemeridade terrena, foi-se o homem, Edson, mas permanece o mito, “Pelé”, com seu legado imarcescível.
*Adelmo Pinho é promotor de justiça em Araçatuba e articulista do RP10