Patrick Cesar da Silva Brito, autodenominado como “hacker”, ganhou fama na imprensa local assim como estampou manchetes por todo o país, é acusado de promover extorsão contra o Prefeito de Araçatuba-SP, Sr. Dilador Borges Damasceno assim como sua esposa, a Sra. 1a Dama Deomerce Damasceno dentre outras autoridades públicas e médicos que prestam serviços à rede pública. Sua prisão foi decretada após o recebimento da denúncia no processo que apura crime contra o Prefeito de Araçatuba.
Também está sendo acusado de elaborar dossiês “falsos” com objetivo de atrapalhar a operação Raio X, que surgiu com objetivo de apurar crimes na gestão púbica de dinheiro destinado ao combate de pandemia mundial do coronavírus (COVID-19). Contudo, Patrick, que apesar de várias solicitações antes de sua prisão ainda não tenha sido ouvido perante autoridade policial para dar sua versão sobre os fatos, alega que vem constantemente enviando denúncias para autoridades do poder judiciário assim como membros do Ministério Público Estadual e Federal a fim de que possam apurar sua versão.
Patrick alega a todo momento que após invadir as redes sociais do Prefeito e da 1a Dama de Araçatuba-SP, teria sido procurado pela Policia Civil e recebido uma proposta para atuar no setor de inteligência chamado SECCOLD, um dos mais avançados em questão de tecnologia do país.
Curiosamente, analisando o Inquérito Policial que originou o processo onde figura como vítima o Sr. Dilador Borges Damasceno, houve uma apreensão de R$ 10.000,00 (dez mil reais) em dinheiro assim como passaporte e seu notebook, sendo que apenas 3 (três) dias após a apreensão, teve em seu favor devolvidos pela Policia Civil em Araçatuba o dinheiro, passaporte e o seu notebook. Ele utilizou o dinheiro para deixar o país rumo ao leste europeu, onde permaneceu até sua prisão na República da Sérvia.
O “hacker” está sendo constantemente atacado na imprensa como sendo de alta periculosidade, entretanto, chama atenção aos fatos de que mesmo que a polícia civil tivesse conhecimento de que ele tenha invadido as redes sociais do Prefeito e da 1a Dama e promovido a alegada extorsão, não houve qualquer pedido de prisão na época e ainda devolveram seu notebook e o passaporte com os R$ 10.000,00 (dez mil reais).
É estranha a conduta da polícia civil e mais estranho ainda que os relatos de Patrick no sentido de que tinha sido “contratado” logo após sofrer a primeira busca e apreensão determinada pela Justiça no processo que figura como vítima o Prefeito de Araçatuba, há coerência temporal.
Ele também é tratado como sendo de alta periculosidade, porém nunca houve qualquer notícia no sentido de que tivesse em seu poder algum tipo de arma de fogo ou que tenha praticado violência contra outrem. Patrick alega que sua “arma” é apenas o computador.
Recentemente foi divulgado em alguns veículos de imprensa que havia um Delegado de Polícia sofrendo fake News, contudo, em momento oportuno demonstraremos se trata-se de fake News ou fato, pois, imperioso declinar que investigações que tenham como alvo autoridades policiais são acobertadas pelo segredo extremo de justiça pela casa censora.
Patrick é um jovem de 29 (vinte e nove) anos de idade, de físico franzino e extremamente inteligente, mas não é voltado ao crime como meio de vida, alega que está sofrendo toda essa perseguição após colaborar na produção de provas ilícitas em ação penal.
Outro fato interessante que Patrick alega, é que quando já estava no leste europeu, teria recebido várias informações, documentos e provas que estavam sob a tutela do setor da inteligência da Polícia Civil em Araçatuba-SP, chamado de SECCOLD e que sempre foi colaborador da autoridade policial. Alega inclusive que chegou a receber transferências via PIX diretamente de agente policial.
Então de um lado se tem Patrick que alega ser mais uma vítima do sistema e de outro lado as autoridades policiais, que o tratam como sendo um alucinado e mentiroso. Existe um ditado que diz que onde há fumaça há fogo e se de fato a versão apresentada por Patrick venha ser um mínimo como sendo verdade, deve ser apurada pelas autoridades competentes.
Artigo enviado pelos advogados Flávio Batistella e Daniel Madeira
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