Projeto da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), em parceria com a Faculdade de Medicina Veterinária da Unesp de Araçatuba, propõe às secretarias municipais de Saúde e de Educação um procedimento inovador de disgnóstico automatizado e tratamento de doenças parasitárias às crianças da Rede Municipal de Ensino de Araçatuba.
A proposta foi apresentada pelos professores Jancarlo Ferreira Gomes, da Unicamp, e Katia Bresciani, da FMVA Unesp, em reunião na sede da Secretaria de Saúde (SMSA) de Araçatuba, com a diretora de Atenção Básica da SMSA, Cristiane Camargo de Almeida, e a diretora do Departamento de Educação, Renata Cintra Barioni. Acompanharam a equipe os alunos da FMVA Fernanda Patrícia Lourenço (enfermeira), Michel Dos Santos Pinto (mestrando) e João Alfredo Biagi (graduação).
Segundo os proponentes, o projeto tem previsão de início na primeira quinzena de janeiro de 2023, finalizando com a tabulação de dados em dezembro de 2024. O projeto poderá se estender até o primeiro quadrimestre do próximo ano.
Segundo o professor da Unicamp, a universidade desenvolve uma técnica parasitológica, com dispositivo automatizado junto à Faculdade de Ciências Médicas e o Instituto de Computação da universidade – Imunocamp Ciência e Tecnologia, já em fase de validação, com apoio da Faculdade de Medicina Veterinária da Unesp de Araçatuba.
“A proposta é a execução do projeto com o público escolar infantil da cidade, com idades até 10 anos, das quase 17 mil crianças das 67 escolas da Rede Municipal de Ensino. Será feito procedimento para diagnóstico e, aos casos positivos, o tratamento das crianças, incluindo, de uma forma inédita, o telediagnóstico e o georreferenciamento”, explicou Gomes
“É um projeto inovador, no qual faz-se aqui todo o processamento da lâmina em máquina, mas o diagnóstico é todo feito em Campinas, havendo células de pesquisa tanto na Unesp como na Unicamp. Com o georreferenciamento, pela primeira vez, se terá uma visão espacial de como estão as crianças e como se encontra a endemia no município sobre elas”, considera.
Segundo Cristiane Almeida, da SMSA, o projeto recebe da Prefeitura de Araçatuba o apoio de trabalho das equipes de Saúde e da Educação. “Não haverá custeos. A contrapartida do Município está relacionada à abertura dos campos de práticas para execução do projeto”, esclarece,
“Serão coletadas amostras de fezes para o estudo, os pais e/ou responsáveis serão orientados para que as amostras sejam colhidas de forma adequada e de acordo com seu consentimento”, detalha a diretora da Saúde
“As crianças que tiverem diagnóstico positivo para doenças parasitárias receberão tratamento adequado, e assim possibilitando um melhor desenvolvimento e aprendizado da criança. É criar um modelo ideal aqui para depois levar essa proposta para o Ministério da Saúde, na tentativa de que essa possa ser integrada como rotina, para atingir os ambientes escolares em todo o país”, valoriza Gomes, da Unicamp.
Cristiane (SMSA) demonstra expectativa positiva à parceria. “O projeto é de extrema importância para investigar, diagnosticar e viabilizar o tratamento da criança em tempo oportuno, evitando possíveis complicações de Saúde. É de conhecimento, que doenças parasitárias podem prejudicar no desenvolvimento cognitivo e físico da criança implicando diretamente no desempenho escolar, assim o projeto poderá impactar na saúde pública do município e na vida social de cada criança. Ressaltamos que a faixa etária estudada na pesquisa permeia a base do aprendizado à qual será determinante para seu desenvolvimento na fase adulta.”
“Estamos felizes por participarmos deste projeto, pois acreditamos que a parceria entre a universidade, saúde e educação, contribuirá significativamente na vida de nossos alunos. Uma criança saudável está habilitada para fazer pleno uso de suas potencialidades”, agradece Renata Barioni, da diretora da Educação.