A segurança energética do Brasil está na pauta do dia. Segundo projeções da plataforma AdaptaBrasil MCTI, cerca de 1.300 municípios brasileiros possuem alto risco de sofrer impactos no seu fornecimento energético até 2030 devido a períodos prolongados de escassez de chuvas em muitas regiões do País.
Ou seja, para evitar uma crise hídrica ainda mais severa, que impactará na geração e de energia e no valor da conta de luz, é preciso atuar na proteção dos recursos naturais. Pensando nestas questões, o engenheiro eletricista Mauro Mendonça, listou dicas que proporcionam economia na conta de luz de residências e empresas, de forma geral. Confira:
1. Opte por equipamentos com melhor eficiência
Equipamentos que consomem energia para gerar calor podem ser os principais vilões na conta de luz. Dessa forma, é essencial optar por aqueles que possuem melhor desempenho. O Selo Procel indica os níveis de eficiência de equipamentos de diferentes categorias por meio de uma classificação que vai de A (mais eficientes) até G (menos eficientes).
A classificação de cada aparelho é definida a partir de testes realizados para o Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE), coordenado pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), e as ações fazem parte do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel).
Ou seja, sempre que for adquirir equipamentos que necessitam de energia elétrica, opte por aqueles com selo A, mais eficientes e que geram menos consumo. Também revise os aparelhos que já possui e, se necessário, faça a substituição por aqueles com melhor classificação.
2. Preste atenção ao consumo da geladeira
De acordo com dados do Procel, o refrigerador pode representar quase 26% do consumo de energia nas residências. Por isso, evite abrir e fechar a porta muitas vezes e sempre verifique o estado de conservação da borracha de vedação.
Também evite colocar comidas quentes na geladeira: espere o alimento atingir a temperatura ambiente e, só depois, guarde-o. Lembre-se de respeitar o limite de volume interno que o fornecedor indica. “Abarrotar” o equipamento resulta no mau funcionamento e no maior consumo de energia.
3. Reduza a temperatura e o tempo do banho
O chuveiro elétrico é responsável por cerca de 15% do consumo de energia nas residências. Optar por banhos em temperatura morna ou fria nos dias mais quentes e reduzir o tempo embaixo do chuveiro pode representar uma economia de 30% na conta. Além disso, banhos mais curtos também evitam o desperdício de água.
4. Evite deixar equipamentos em stand-by
Os televisores também podem representar quase 15% do valor na conta de luz. E boa parte desse consumo ocorre quando o aparelho está em stand-by (modo de espera). Por isso, se não estiver utilizando a TV, tire da tomada, evitando o consumo desnecessário.
A soma dos aparelhos em stand-by pode totalizar até 12% do consumo de energia elétrica. Para economizar, retire todos os aparelhos – inclusive carregadores de celular – da tomada enquanto não estão em uso.
5. Aproveite a luz natural e utilize lâmpadas de LED
Evite acender as luzes durante o dia. Se possível, prefira ficar em ambientes com maior claridade e abra as janelas. Além disso, opte por lâmpadas de LED em todos os cômodos. Esses modelos são 80% mais econômicos do que as incandescentes e 30% a mais do que as fluorescentes.
Para empresas
Especificamente no que diz respeito a empresas, Mendonça lembra que setor privado viu as suas despesas subirem, por conta dos reajustes de tarifas de eletricidade, comprometendo a sua saúde financeira e a sua competividade. O engenheiro afirma que, com mudanças de hábitos e na estrutura, é possível reduzir custos na empresa algo mais próximo da realidade.
O profissional sugere, por exemplo, que aparelhos e equipamentos ultrapassados sejam trocados por modelos mais modernos, que são produzidos para serem mais eficientes e econômicos. Isso inclui os aparelhos de ar condicionado, cuja potência precisa ser corretamente dimensionada para cada ambiente, sendo que hoje existem os modelos inverter.
“É preciso fazer uso racional dos aparelhos de ar condicionado, pois eles chegam a corresponder a até 50% do consumo de energia elétrica no verão”, enfatiza Mendonça.
Pintar o ambiente com cores claras também é uma opção com ótima relação custo x benefício. Em um escritório, por exemplo, a iluminação pode ser responsável por aproximadamente 60% do consumo de energia. É muito difícil eliminar totalmente o uso de lâmpadas, mas algumas dicas podem ajudar no melhor aproveitamento tanto da luz artificial como natural. Uma dessas alternativas é pintar os ambientes com cores claras, que irão refletir e espalhar melhor a luz.
O uso da energia solar é interessante, pois pode reduzir em mais de 90% a conta mensal de energia elétrica. Dependendo do porte da sua empresa, essa pode ser uma interessante alternativa a ser analisada, principalmente sobre o tempo de retorno desse investimento. Aproveitar a luz natural é outra ótima dica, devendo o empresário aproximar os locais de trabalho para as janelas ou abrindo espaço nas paredes para mais janelas.
Empresas também devem evitar, na medida do possível, o pico de consumo de energia. Entre 17h e 22h, aproximadamente, é o horário de pico em que o país atinge seu auge em gasto de energia. Isso acontece, pois é o período em que as pessoas vão para casa e realizam atividades que podem ter um alto consumo de energia, além de muitas fábricas que funcionam 24h por dia. Nesse período de tempo as tarifas podem ter um preço mais elevado.
Automação e manutenção
O profissional ressalta também a automação como grande aliada para reduzir o consumo de energia elétrica seja de residência ou empresas. “Imóveis inteligentes contam com equipamentos que podem ser programados, por exemplo, para reduzir o nível da iluminação automaticamente, caso receba iluminação natural, e aumentar, caso diminua a incidência da luz do sol”, exemplifica.
Para finalizar, o engenheiro eletricista Mauro Mendonça lembra que as manutenções na instalação elétrica devem estar em dia, e deve ser feito por profissionais devidamente qualificados. Problemas na instalação como fuga de energia, sobrecarga elétrica e curto-circuito podem gerar despesas, sejam elas financeiras, ou através da perda de dados importantes em computadores e notebooks, por exemplo.
Além das dicas, é preciso ficar atento à alteração no padrão de chuvas, que é uma das consequências das mudanças climáticas, ampliadas pelas ações humanas no meio ambiente, entre elas o desmatamento e as emissões de diferentes gases de efeito estufa.
Mendonça ressalta que o Crea-SP (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado de São Paulo) realiza e apoia eventos, por meio de entidades, como a AEAN, que visam a valorização das profissões de engenharia, agronomia e geociências – capacitações de engenheiros elétricos, inclusive –, além de iniciativas que têm como objetivo incentivar a segurança da sociedade na importância da presença de profissionais habilitados nas obras e serviços ligados às profissões registradas no conselho.
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