Grandes cidades da China, como Pequim, Xangai e Nanjing, registram protestos neste final de semana contra as medidas do país contra a pandemia de covid-19. As autoridades chinesas usam testes em massa e isolamentos para tentar frear o vírus SARS-CoV-2.
Os atos se intensificaram na quinta-feira (24) após um incêndio matar 10 pessoas na cidade de Urumqi, capital da região chinesa de Xinjiang. Parte da população afirma que bloqueios e as medidas de isolamento anti-covid dificultaram o trabalho dos bombeiros e custaram a vida de parte das vítimas do incêndio.
De acordo com o jornal South China Morning Post, um vídeo surgiu nas redes sociais que aparenta mostrar os habitantes da capital Pequim marchando e exigindo o fim do lockdown com palavras de ordem. Os maiores protestos, todavia, seriam em Xangai.
A publicação também afirma que há protestos em universidades chinesas e que os estudantes da Universidade de Pequim gritavam “Nós queremos liberdade, não lockdowns” e a Internacional Comunista diante de agentes de segurança.
Moradores de Lanzhou destruíram cabines de teste de covid-19, reclamando de terem sido colocados em isolamento, embora ninguém tenha testado positivo, afirma a agência de notícias Reuters.
A China registrou quase 40 mil casos de covid-19 neste domingo (27), afirma o jornal Global Times. A Comissão Nacional de Saúde da China anunciou que as autoridades implementarão uma nova rodada de protocolos e “20 medidas otimizadas” para conter surtos da pandemia.
O Global Times cita uma entrevista com Wang Liping, pesquisador do Centro Chinês de Controle e Prevenção de Doenças. O pesquisador afirma ao jornal que o Conselho de Estado da República Popular da China determinou a “correção de políticas públicas excessivas” e que os protocolos de controle de covid-19 deverão levar em consideração a situação de cada território.