Sem nome ou data de nascimento divulgados, o caso de uma menina que nasceu no México com uma “true tail” (cauda verdadeira, em tradução literal para o português) foi relatado na publicação científica Journal of Pediatric Surgery e tem chamado a atenção desde então.
Com uma cauda de 5,8 centímetros saindo da região do cóccix, a recém-nascida foi acompanhada pela equipe médica nas primeiras oito semanas de vida e, embora a pequena tenha apresentado crescimento e ganho de peso adequados, os especialistas observaram que a rara protuberância havia aumentado em cerca de 0,8 cm. Segundo o relato, a estrutura era “macia”, “coberta por pelos finos” e com uma extremidade “pontuda”, composta majoritariamente por tecidos e gordura, apresentando um diâmetro de 3 a 5 milímetros ao longo do comprimento.
Logo após o nascimento, os médicos começaram a testar a “cauda” e notaram que a bebezinha chorava sempre que ela era espetada com uma agulha, indicando que havia sensibilidade. Ainda assim, ela não se movia sozinha – mas podia ser movimentada de forma passiva, ou seja, quando os profissionais a manipulavam com as mãos.
Depois de analisar casos anteriores e semelhantes, a equipe decidiu remover a estrutura em um procedimento ambulatorial, com anestesia local e sedação. A garotinha recebeu alta e a “cauda” retirada foi mandada para análise. “O laudo histopatológico revelou que o espécime continha tecidos moles, incluindo tecido fibroadiposo, estruturas vasculares e feixes nervosos, recobertos por pele, sem alterações histopatológicas”, diz o artigo.
Exceções na literatura médica
“Caudas humanas são extremamente raras e geralmente são diagnosticadas após o nascimento, sem história pré-natal ou familiar associada à sua ocorrência”, afirmam os autores da publicação. O caso aconteceu na cidade mexicana de Guadalupe, após a cesariana prematura, que foi realizada na 35ª de gestação. Os pais da menina têm entre 25 e 30 anos, não são consanguíneos e são saudáveis, já com um filho mais velho e também saudável.
A situação é raríssima, mas em 2021 algo semelhante, que aconteceu em Fortaleza, no Nordeste do Brasil, foi reportado na mesma publicação científica. Um garotinho nasceu com uma “cauda” de 12 cm que, na ponta, ainda apresentava uma protuberância considerável – espécie de esfera composta por tecido conjuntivo e gordura. A estrutura também foi retirada após extensos exames para saber se a remoção seria segura.
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