Em lembrança ao Dia Mundial de Combate à Poliomielite, celebrado em 24 de outubro, os 13 clubes do Rotary em Araçatuba requereram a Tribuna Livre da Câmara para falar sobre a erradicação da doença. O espaço foi ocupado nesta segunda-feira (17/10), durante a 33ª Sessão Ordinária do ano, pelo presidente do Rotary Club de Araçatuba – Cidade Amiga, Giulio Sérgio de Paula Belazi.
Em nome dos clubes rotarianos da cidade, Belazi sugeriu ao Poder Legislativo algumas ações para o combate à paralisia infantil. A realização da vacinação contra a poliomielite em todas as creches e escolas públicas e privadas da cidade foi uma delas. O objetivo é alcançar 100% de crianças vacinadas no município. Hoje, conforme a Secretaria Municipal da Saúde, esse índice está em 80%.
“Temos por obrigação atingir 100% e com isso preservar a saúde das nossas crianças e impactar o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do nosso município. Se não erradicarmos a poliomielite, dentro de 10 anos poderemos ter 200 mil novos casos da doença anualmente no mundo”, alertou Belazi.
Em Araçatuba, a cobertura vacinal contra a poliomielite está em 80% – das 8.839 crianças maiores de um ano a menores de cinco anos que deveriam tomar a vacina, 7.013 já foram imunizadas.
Outra sugestão complementa a Lei Municipal nº 8.146/2018, de iniciativa do vereador Dr. Alceu (PSDB), que obriga os pais ou responsáveis a apresentarem no ato da matrícula escolar o atestado de vacinação obrigatória da criança.
“Existe a possibilidade de a escola consultar de forma online a situação vacinal do candidato à vaga no momento da matrícula, comprovando através do aplicativo ConecteSUS?”, indagou o rotariano.
No Brasil, conforme dados do Ministério da Saúde também citados por ele em sua fala, a cobertura vacinal contra a poliomielite sofreu queda de 100% em 2013 para 67% em 2021, a menor taxa em uma década. Belazi apontou os boatos sobre as vacinas e o desconhecimento da paralisia infantil como fatores da baixa adesão às campanhas de imunização.
“Muitos pais já nasceram com a paralisia infantil erradicada e nunca tiveram contato físico ou visual com a doença, nem sequer têm conhecimento do que se trata a poliomielite”, avaliou o ocupante da Tribuna Livre.
Meta
O combate à poliomielite é a principal bandeira do Rotary Internacional desde a década de 1980, quando foi fundada uma iniciativa global de erradicação da doença, que já arrecadou mais de US$ 12 bilhões para proteger cerca de três bilhões de crianças em 122 países.
“A paralisia infantil continua endêmica somente em dois países: Paquistão e Afeganistão. Apesar disso, não podemos relaxar. Nenhuma criança estará a salvo se não eliminarmos a paralisia infantil. O combate à poliomielite é a nossa maior meta”, reforçou Belazi.
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