O homem de 34 anos que era procurado pela Justiça do Rio de Janeiro investigado pela participação no assassinato de um casal em Itaguaí (RJ), preso na manhã de sexta-feira (14) na casa onde estava escondido na rua José Cazerta, no bairro Planalto, em Araçatuba, apareceu morto na madrugada desta segunda-feira (17) na cadeia de Penápolis, onde estava detido à disposição da Justiça do Rio de Janeiro.
O diretor da cadeia de Penápolis, delegado Eugênio Pedro Bibiano Timóteo dos Santos, disse que o detento estava em uma cela com outros quatro presos. Pouco antes das 3h ele entrou no banheiro. Como estava demorando para sair, colegas de cela foram verificar se estava tudo bem e o encontraram na posição sentado, com uma corda improvisada com uma toalha e enrolada ao pescoço e amarrada a uma grade da janela, já sem vida.
Devido ao horário e pelo fato ter ocorrido na parte reservada da cela, que é o banheiro, ninguém presenciou. O delegado também explicou que os presos demoraram a verificar o que estaria acontecendo porque pelo código de ética deles, ninguém se aproxima do espaço quando está sendo utilizado por outro companheiro de cela.
Investigado
O detento havia sido preso pela DIG/Deic (Delegacia de Investigações Gerais da Divisão Especializada em Investigações Criminais) por força de um mandado de prisão expedido pela Justiça do Rio de Janeiro, onde era investigado e apontado como participante do latrocínio (roubo com morte) do empresário Edson Shoit Hara Júnior, o Shozinho, de 47 anos, e a esposa dele, Clara Aline Chaves Cardoso, 38, para roubar armas do empresário, que era colecionador e instrutor de tiros.
O delegado chefe da DIG/Deic, José Abonízio, contou que o homem passou a ser investigado em Araçatuba por outro motivo, e até então ninguém sabia que ele era foragido da Justiça. No bairro onde estava escondido, havia denúncia de que ele era suspeito de ser o autor de envenenamento de gatos da vizinhança.
Durante as investigações a equipe descobriu que ele era procurado pela Justiça. Ao verificar com detalhes o caso, os policiais descobriram que ele estava sendo investigado pelo latrocínio contra o empresário e a esposa, em fevereiro deste ano em um sítio em Itaguaí, na baixada Fluminense.
Na manhã de sexta-feira a equipe da DIG/Deic foi cumprir o mandado de prisão e encontrou o homem saindo do banho. Ele estava com a mãe na residência, que tinha poucos móveis e uma televisão antiga, de tubo.
O homem não resistiu à prisão e negou os fatos, dizendo que o acusaram mas ele não teria tido participação. Disse ainda que já tinha morado em Araçatuba. Depois se mudou para o Rio de Janeiro e a mãe para Goiás. Após o crime ele e a mãe retornaram para Araçatuba.
O crime
Edson Shoit Hara Junior e Clara Aline Chaves Cardoso estavam em um sítio na Estrada do Caçador, quando foram surpreendidos por homens armados.
O instrutor e a sua esposa eram proprietários do sítio. Um caseiro que trabalhava no local havia saído horas antes da chegada do casal, por isso não presenciou o ataque a tiros. O funcionário encontrou os patrões caídos, sem vida, e chamou a polícia.
Shozinho era empresário no ramo de informática e em 2016 foi secretário de saúde e chefe de gabinete da Prefeitura de Itaguaí. Ele também era colecionador de armas e instrutor de tiros. Ele pode ter tido participação em outro latrocínio, também no Rio de Janeiro.
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