A partir de janeiro de 2017 os corredores da Santa Casa de Araçatuba passaram a receber um público jovem que de jalecos brancos, pranchetas nas mãos e ouvidos atentos às explicações acompanhavam experientes médicos da instituição. Eram os primeiros médicos residentes, denominação dada ao graduado em Medicina e que precisa realizar cursos específicos à especialização em que pretende atuar.
Hoje são 55 médicos residentes que participam de seis cursos da grade de especialização da Residência Médica da Santa Casa de Araçatuba e que variam de 2 a 3 anos duração. De 2017 até o ano passado, a Residência do hospital já formou 4 turmas de especialistas que já estão atuando em várias regiões do país.
Além de médicos residentes em busca de especialização, o hospital é campo de estudos para 40 alunos do décimo termo de Medicina no Internato Médico – etapa obrigatória do curso de graduação em Medicina- e 138 estudantes do terceiro ao sexto termos de Medicina no Estágio Médico.
Essa frequência diária transformou a instituição em um hospital de ensino de fato e à espera de ser oficializada nesta condição, o que agregará significativa correção financeira na tabela dos procedimentos que realiza.
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“A Santa Casa de Araçatuba possui estrutura de um hospital preparado e habilitado para capacitação e formação de grandes profissionais , contribuindo para melhoria da assistência médica e aumento da oferta de mão-de-obra para Araçatuba e região. Acredito que em futuro próximo nossa Santa Casa será oficializada como Hospital de Ensino”, afirma o provedor Petrônio Pereira Lima.
A presença de médicos residentes e graduandos em Medicina reflete também na assistência praticada pela Santa Casa de Araçatuba. “Os pacientes ganham com isso pois passam a contar com mais profissionais que permanecem por mais tempo dentro da instituição e pela atualização e qualidade das condutas”, define Saad
Nova geração de médicos
Os participantes do Internato e do Estágio Médico são estudantes do curso de Medicina do UniSalesiano que fez convênio com o hospital. O principal motivo da parceria é o perfil do hospital que é referência regional em 26 especialidades de alta complexodade que geram um fluxo anual de atendimentos que se aproxima dos 300 mil procedimentos. Um cenário que oferece aos alunos as condições ideais a um bom aprendizado.
“Formação de qualidade, pois não adianta ter muitos médicos e não existir qualidade profissional. Temos que lutar para que todos especialistas formados aqui tenham qualidade e prestem serviços com qualidade e segurança para a população”, define o médico Rafael Saad vice-coodenador da COREME ( Comissão de Residência Médica) da Santa Casa de Araçatuba e docente do Curso de Medicina do UniSalesiano.
Especialista em clínica geral e professor-doutor, Rafael Saad explica que a principal motivação dos novos especialistas e futuros médicos tem muita relação com os médicos formados há mais tempo. “Mantêm o interesse pela formação de qualidade e são focados na ética médica, que são os princípios da Medicina”. No entanto, essa nova geração de acordo com Saad, já está sendo exercitada a questões relacionadas ao crescimento exponencial do conhecimento na Medicina que exige atualização frequente.
“Se anteriormente os cursos de Medicina tinham característica mais passiva com aulas teóricas, muito estudo pessoal e baseado nas experiências dos professores, atualmente têm metodologias ativas de ensino-aprendizagem em que o aluno precisa ir em busca da informação”, explica ao afirmar que embora seja mais difícil, esse exercício facilitará a atualização quando estiver praticando a Medicina”.
Outra conduta apontada pelo professor como regra à nova geração de médicos é prática da Medicina baseada em evidências. “ Não apenas replicar o que já se viu dar certo, repetir procedimentos, indicar medicamentos ministrados no passado que deram certo, mas se pautar em estudo científico. A partir dos estudos científicos de qualidade, o médico tomar a melhor decisão para o cuidado de seu paciente”, exemplifica.
De acordo com Saad, a individualização de cada paciente, que tem sido observada com frequência pela Medicina, também faz parte do conhecimento que precisa ser agregado às novas turmas. “ Estudos moleculares e genéticos mostram que nem sempre a mesma doença vai ter o mesmo tratamento . Em especial em oncologia, têm sido cada vez mais frequente a realização de pesquisas de marcadores genéticos em cada tipo de câncer. Isso direciona o melhor tratamento oncológico, por exemplo. Essa Medicina individualizada nos pacientes, de acordo com as características clínicas e moleculares indicam os melhores tratamentos para cada paciente”.
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