O Serviço Autônomo de Água, Esgoto e Meio Ambiente de Buritama (SAAEMB), citado entre as empresas processadas pelo Ministério da Justiça por ter quantidade acima do permitido de substâncias químicas e radiológicas na água para consumo humano, nega as acusações e se defende afirmando que houve um erro na alteração dos dados durante a digitação do resultado da substância antimônio (inorgânica).
“O SAAEMB informa que a água consumida pela população de Buritama obedece aos parâmetros exigidos pela legislação brasileira, conforme definidos pela Portaria GM/MS nº 888, de 4 de maio, pelo Ministério da Saúde”, informou o serviço, por meio de nota enviada por sua assessoria de imprensa, ao reiterar que os moradores do município não bebem água contaminada.
Controle e melhorias
Conforme o SAAEMB, o erro de digitação foi corrigido no dia 15 de março deste ano e enviado aos órgãos competentes. “O SAAEMB sabe da importância de oferecer água de qualidade para os moradores de Buritama e realiza um controle rígido no sistema de abastecimento, além de promover diariamente análise na água em todas as Estações de Tratamento e pontos de captação na rede de abastecimento da cidade”, afirmou.
Ainda segundo o departamento de água, recentemente houve melhorias na infraestrutura da rede de abastecimento de água, com a troca dos canos de amianto por tubos de PVC, medidas que, segundo a autarquia, buscam evitar que os consumidores sejam expostos a substâncias prejudiciais à saúde em desacordo com as normas sanitárias.
300 empresas processadas pelo Ministério da Justiça
O Ministério da Justiça decidiu processar 300 responsáveis pelo tratamento ou sistemas de distribuição de água para 1.194 municípios. Destas, cinco estão na região de Araçatuba: a Prefeitura de Santo Antônio do Aracanguá; Departamento de Água e Esgoto de Avanhandava; Serviço Autônomo de Saneamento Ambiental de Braúna; Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Pereira Barreto e o SAAEMB de Buritama.
Mais de 70 mil pessoas podem estar tomando água contaminada na região de Araçatuba
A lista com as empresas, autarquias ou mesmo prefeituras que estão sendo processadas foi publicada na edição do Diário Oficial da União do dia 24 de agosto e pode ser conferida neste link https://www.in.gov.br/web/dou/-/despacho-n-2.170/2022-424470521
Substâncias tóxicas associadas a doenças cardiovasculares e câncer
Conforme o Ministério da Justiça, a investigação teve início após a veiculação de notícias denunciando essa situação em vários municípios do País. A investigação foi conduzida pela Senacon (Secretaria Nacional do Consumidor) e contou com o apoio técnico-científico do INC (Instituto Nacional de Criminalística), da Polícia Federal, responsável pela perícia, que examinou mais de 3 milhões de resultados de análises laboratoriais.
A ingestão de água com a presença desses contaminantes pode estar associada a doenças ou distúrbios como câncer (arsênio, cromo, ácidos haloacéticos totais, trihalometanos totais, 2,4,6-triclorofenol); doenças na pele (arsênio, selênio); doenças cardiovasculares (arsênio, bário); metahemoglobinemia em crianças, que é um distúrbio sanguíneo (nitrato); distúrbios gastrointestinais (bário, selênio); dentre outros.
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