As Forças Armadas farão uma contagem de votos paralela à apuração do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) durante as eleições deste ano. A ação consiste em espalhar militares em seções eleitorais espalhadas pelo país que enviarão fotos do QR Code de 385 boletins de urnas eletrônicas para o Comando de Defesa Cibernética do Exército, em Brasília, que fará a contagem dos votos.
De acordo com os militares, a quantidade de 385 urnas garantirá um índice de confiança no resultado de 95%. A iniciativa é inédita no país desde a redemocratização.
A medida se soma ao clima de animosidade criado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), que vem lançando dúvidas sobre o processo eleitoral brasileiro. Em recente entrevista à Jovem Pan, o mandatário afirmou que, caso as sugestões das Forças Armadas sejam acolhidas pelo TSE, as possibilidades de fraude serão reduzidas a próximo de zero. Uma das sugestões é a alteração do teste de integridade das urnas.
“Próximo de zero não é zero. O que nós queremos não são eleições limpas?”, disse o presidente. “Esse clima de animosidade poderia ter sido resolvido há muito tempo, se o ministro [Luís Roberto] Barroso, [ex-presidente do TSE,] não fosse para dentro da Câmara dos Deputados interferir diretamente numa Proposta de Emenda à Constituição que estava sendo votada e falava do voto impresso”, complementou.