A Associação Mata Ciliar, que mantém o Centro de Reabilitação de Animais Silvestres de Araçatuba, iniciou uma campanha para arrecadar recursos e dar continuidade ao atendimento de sete filhotes órfãos que necessitam de cuidados especiais. A meta é conseguir R$ 7 mil nos próximos oito dias para custear os gastos com alimentação, medicamentos e materiais cirúrgicos.
A entidade, que atua nas dependências do antigo Ceretas, no campus da Faculdade de Medicina Veterinária da Unesp, comunicou, na semana passada, que havia suspendido, a partir de 1º de setembro, o recebimento de animais devido à falta de parcerias para custear o projeto, que demanda cerca de R$ 50 mil mensais e vinha sendo mantido pela associação.
De outro lado, a Associação se comprometeu a cuidar dos animais que já estavam internados no espaço. Dentre eles estão dois filhotes de onça-parda que foram atropeladas por colheitadeiras de cana-de-açúcar, em Araçatuba e Santo Antônio do Aracanguá, em agosto deste ano.
Uma delas está em situação precária, pois sofreu várias fraturas e irá precisar passar uma cirurgia extremamente complicada, segundo o coordenador de comunicação da Mata Ciliar, Samuel de Oliveira Nunes. “Neste caso, vamos precisar de equipamento cirúrgico e prótese”, explicou.
Os demais filhotes são dois tamanduás-bandeiras encontrados em março de 2022 – um deles estava agarrado à mãe já morta, em Guararapes, e o outro estava sozinho em uma rodovia de Nova Castilho. Há, ainda, um filhote de mourisco encontrado sozinho em uma fazenda em Araçatuba e dois filhotes de cachorro-do-mato, também encontrados sozinhos, durante colheita de cana-de-açúcar, em Valparaíso. Os três exemplares foram resgatados no mês passado.
Centro de Reabilitação de Animais Silvestres pode fechar as portas em Araçatuba
O coordenador de comunicação da Mata Ciliar explica que é muito grande o trauma de um filhote órfão e as chances de reinseri-los à natureza é quase nula, porque eles não aprenderam a caçar nem a fugir do perigo, atividades que aprenderiam com a mãe. Nos casos em que a reinserção não é possível, os animais são mantidos na sede da Mata Ciliar, em Jundiaí.
Para salvar estes filhotes, a Mata Ciliar necessita de vários equipamentos, curativos, medicações, além de produtos para a manutenção e alimentação, como mamadeira, leite de cabra, cobertor, aquecedor e caixa de transporte. Os itens foram elencados em uma publicação da entidade no Instagram, assim como os custos, que totalizam R$ 7.013,50.
Como contribuir:
Você pode participar contribuindo através:
✅ PIX: 61056933000195 (CNPJ da Associação Mata Ciliar)
✅ Depósito bancário:
Banco Santander
Ag 0298
CC 13001182-9
Associação Mata Ciliar
A entidade pede que o doador envie o comprovante para o e-mail [email protected] para que possamos manter o controle e a atualização periódica da campanha.
Entidade recebeu 1.955 animais em 4 anos
A Associação Mata Ciliar firmou uma parceria com a Unesp em 2018, com a intenção de gerenciar o Cras, uma espécie de hospital de animais silvestres. Em quatro anos, a entidade recebeu 1.955 animais de variadas espécies, de onça-pintada a lobo-guará, passando por tamanduá, aves diversas e répteis, vindos de 28 municípios da região, por meio da Polícia Militar Ambiental, Corpo de Bombeiros e da Via Rondon.
A maioria dos animais é vítima de atropelamento por colheitadeiras nas lavouras de cana-de-açúcar ou por veículos nas rodovias que circundam o Oeste Paulista. Outros são vítimas de queimadas, desmatamentos ou caças.
Noroeste Paulista tem mais de 3 mil animais silvestres atropelados em 4 anos
No primeiro semestre de 2022, o Cras recebeu 359 animais ante os 214 no mesmo período de 2021, um aumento de 68%. Somente em agosto, o Centro de Reabilitação recebeu 12 felinos, a maioria filhotes atropelados por colheitadeiras de cana ou nas rodovias e que precisam de cuidados intensivos.