A Secretaria Municipal de Saúde de Araçatuba criou um Centro de Operações Emergenciais em Saúde Pública (COE) para monitorar os casos de Monkeypox, também conhecido como Varíola dos Macacos, e traçar estratégias para o combate à doença na cidade. O município registrou, até agora, um caso confirmado da infecção.
O decreto nº 22.464/2022, que criou o COE-Monkeypox, foi publicado no Diário Oficial do Município dessa quarta-feira (7). O objetivo é reduzir os efeitos da pandemia, para a qual não há vacinas disponíveis nem medicamentos específicos para o tratamento da doença.
O COE-Monkeypox será operacionalizado pelo Departamento de Vigilância Epidemiológica e Sanitária, com a participação de técnicos da Secretaria Municipal de Saúde, do Conselho Municipal de Saúde e outras secretarias com ações pertinentes.
O Centro de Operações deverá estabelecer uma estratégia de acompanhamento aos pacientes do município com suspeita ou confirmação da Monkeypox, além de planejar, organizar, coordenar e controlar as medidas a serem empregadas durante a Emergência em Saúde Pública, nos termos das diretrizes fixadas pelo Sistema Único de Saúde.
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Também caberá ao COE divulgar à população informações relativas à Emergência em Saúde Pública; encaminhar ao Prefeito e ao Conselho Municipal de Saúde, relatórios técnicos sobre a Emergência em Saúde Pública e as ações administrativas em curso, além de manter a articulação e interlocução com os demais órgãos estaduais e federais da área da saúde, bem como as demais secretarias municipais, estabelecimentos de saúde, universidades e demais entidades afetas à área da saúde.
Caso seja necessário, o COE também deverá propor ao prefeito o acionamento de equipes de saúde; a aquisição de bens; a contratação de serviços necessários para a atuação na Emergência em Saúde Pública e o encerramento da Emergência em Saúde Pública.
Contágio não tem a participação de macacos
Apesar do vírus receber o nome de varíola dos macacos, o contágio não tem a participação de macacos na transmissão para seres humanos. As transmissões identificadas pelas agências de saúde no mundo foram atribuídas à contaminação por transmissão entre pessoas. Assim, aconselha-se o uso do termo “Monkeypox” (MPX) para evitar que haja repreensões violentas e ações contra os Primatas Não Humanos.
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Sintomas
Os sintomas mais comuns em humanos são febre, dores de cabeça intensa, dores nas costas, inchaço no pescoço, axila ou virilha. Também há o surgimento de lesões cutâneas que se espalham rapidamente pelo corpo a partir dos primeiros três dias. As lesões evoluem de maneira uniforme dentro de 12 dias, podendo aparecer erupções na região da face, boca, tronco, mãos, pés e outras partes do corpo, como as regiões genitais. É importante lembrar de não estourar ou coçar as lesões.
Onde procurar atendimento
Em caso de suspeita ou confirmação, o paciente deve procurar um serviço de saúde mais próximo de sua residência. Os sintomas podem durar de 2 a 4 semanas, sendo que o período de incubação pode chegar até 21 dias. Deve ser feito o isolamento até que as lesões tenham cicatrizado por completo e uma nova camada de pele nasça. As pessoas que tiveram contato com pessoas contaminadas estão sujeitas a contrair a doença. Os grupos mais vulneráveis são crianças, idosos, imunossuprimidos e gestantes.
Tratamento e Prevenção
Ainda não há tratamento específico para o vírus monkeypox no Brasil, mas são administradas medicações na medida em que surgem os sintomas. A maioria dos casos são apresentados como leves e moderados. A prevenção pode ser feita por meio de máscaras em locais públicos, evitar contato físico ou íntimo com pessoas que tenham lesões pelo corpo, higienizar as mãos com frequência e não compartilhar roupas de cama, toalhas, talheres e objetos pessoais.
Emergência de Saúde Pública
A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou que diante de mais de 16 mil casos notificados em 75 países desde o início de maio deste ano, o atual cenário epidemiológico de propagação de Monkeypox constitui uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional.
A Monkeypox é uma doença nova, zoonótica viral e o avanço da sua transmissão para humanos pode ocorrer por meio do contato com animal ou humano infectado ou com material biológico contendo o vírus viável.
No Brasil, desde 4 de agosto de 2022, foram registrados 1.860 casos confirmados, 1.343 suspeitos, 1.240 descartados, 38 prováveis e um óbito. No estado de São Paulo, até o dia 5 de agosto de 2022, foram registrados 1.501 casos confirmados e 758 suspeitos.