“Sou um milagre de Deus”. Assim resume o montador de refrigeração Lucas Nunes da Silva, 32 anos, que foi baleado durante o Mega-Assalto que aterrorizou Araçatuba, há exatamente um ano, e chegou a ser considerado suspeito de ser “olheiro” dos bandidos, ficando dois dias sob escolta policial na Santa Casa.
As balas atingiram o ombro direito e a boca do montador, que ficou 19 dias internado, sendo 14 em coma, teve seis paradas cardíacas, passou por várias cirurgias, mas hoje, está recuperado e já voltou a trabalhar.
“Deus fez um milagre completo na minha vida. “Foram os piores momentos que já passei, mas, para Deus, nada é impossível”, disse.
Silva voltava de uma casa de shows e seguia pela avenida Jorge Melen Rezek, que dá acesso para Taveira, mesma rota da fuga dos criminosos que assaltaram duas agências bancárias na cidade, por isso foi considerado suspeito de integrar o bando como “olheiro”. Ele foi baleado quando tentava fugir do tiroteio, perdeu o controle da moto e bateu em um caminhão parado.
“A polícia achou que eu fosse um dos olheiros dos assaltantes que usavam motos. Até hoje não sei por que fizeram essa injustiça comigo, pois nunca tive passagem pela polícia”, afirmou.
Na época, a esposa, Evelyn, usou as redes sociais para denunciar a injustiça. Dois dias após ficar sob escolta policial, a Corregedoria da Polícia Federal foi até o hospital e descartou a suspeita do envolvimento do montador no crime.
No entanto, a mãe dele, a dona de casa Isabel Cristina Nunes, 52 anos, sofreu um infarto ao saber da situação do filho e acabou falecendo três meses depois.
“Penso que a nossa vida não vale nada. Podemos estar aqui hoje e amanhã não mais”, disse, sobre a morte da mãe e a luta que travou pela vida após ser gravemente ferido.
O montador, que tem dois filho, de 8 e 11 anos de idade, segue a vida ao lado da esposa, Evelyn. Evangélicos, eles atribuem a Deus a recuperação de Silva. “Podem acreditar em Deus, porque Ele realmente faz milagres”, acredita.