O número de mulheres vítima de violência aumentou 70% em Araçatuba nos primeiros seis meses de 2022 em comparação ao mesmo período do ano passado, segundo as estatísticas do CRM (Centro de Referência da Mulher Josymary Aparecida Carranza), que acolhe mulheres vítimas de violência e e contribui para que elas conquistem a autossuficiência e resgatem a autoestima.
Nos primeiros seis meses de 2022, o CRM atendeu 114 mulheres ante as 67 no mesmo período do ano passado, que foram vítimas de violência física, psicológica, sexual e moral, e têm idades entre 25 e 60 anos.
A explicação para o aumento, segundo a secretária municipal de Assistência Social, Suzeli Denys de Oliveira, é o maior controle da pandemia, que acarretou na maior procura pelo serviço e o incremento dos atendimentos presenciais.
“No primeiro semestre de 2021, devido à pandemia, a maioria dos atendimentos no CRM ocorreu de modo virtual, seguindo os protocolos de saúde, por isso houve uma diminuição no número de atendimentos, pois não conseguíamos contato de modo remoto com todas as mulheres. Muitas deixaram de frequentar o serviço também por medo do contágio”, afirmou.
Faixa etária
Conforme a secretária, em 2021, a maior procura pelos serviços do CRM foi de mulheres na faixa etária de 40 a 60 anos (52%), seguida das com idades entre 25 e 39 anos (32%). Já em 2022, houve uma inversão: 50% têm entre 25 e 39 anos e 43% entre 40 e 60 anos.
Tipos de violência
O principal tipo de violência praticado contra as mulheres de Araçatuba em 2022 é a psicológica, com 99 vítimas, e é caracterizada pelo objetivo de limitar ou controlar suas ações por meio de ameaças, constragimentos, humilhações e chantagens, dentre outras ações que causam prejuízos à saúde psicológica da mulher.
Em segundo lugar, está a violência física, que consiste no uso de força física, por parte do agressor, que machuca a vítima de várias maneiras, como bater, chutar, queimar, cortar e até mutilar. Neste caso, foram 61 casos no primeiro semestre de 2022 em Araçatuba.
A violência moral aparece como a terceira mais recorrente, com 58 vítimas neste ano. Ela consiste em caluniar, difamar e atribuir à mulher fatos que ferem a sua reputação o ofende a sua dignidade.
Já em 2021 os principais tipos de violência cometidos contra mulheres que procuraram o CRM foram psicológica (50); física (20) e sexual (8).
Serviços oferecidos no CRM
Criado em 2010, o CRM oferece serviços gratuitos de acolhimento, atendimento socioassistencial e psicológico, além de orientação jurídica. Ainda há oficinas de reflexão e encaminhamentos para outros programas da Rede de Proteção Social. Também fazem parte do trabalho do CRM visitas domiciliares, palestras de divulgação e contatos interinstitucionais, entre outras ações.
Inaugurado em 24 de maio de 2010, o Centro leva o nome de Josymary Aparecida Carranza, que era assistente social da Divisão Regional de Assistência e Desenvolvimento Social (DRADS) e foi assassinada por seu marido em 1986.
Serviço
O CRM fica na rua Chiquita Fernandes, 615, no Jardim Bandeiras, e funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h.
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