Uma quadrilha especializada em furtos de celulares agiu neste fim de semana em uma festa realizada na zona rural de Araçatuba. Um grupo foi montado no whatsapp com a participação de 30 pessoas que foram vítimas dos marginais, e tentam encontrar pistas que levem ao bando. Os donos dos aparelhos relatam que o localizador, em todos os casos, indicou que o destino dos celulares foi a capital paulista.
A reportagem do RP10 teve acesso a conversa deste grupo, onde as vítimas relatam o furto e discutem ações, bem como trocam ideias sobre a localização dos aparelhos, e tentam repassar esses dados à polícia. Em dezembro do ano passado, ação semelhante foi registrada em um show no recinto de exposições “Clibas de Almeida Prado”.
Neste final de semana a maioria das vítimas foi mulher, e relatam que a ação de deu principalmente nas imediações dos banheiros químicos, onde havia mais aglomeração de público, porque, segundo as vítimas, não eram em quantidade suficiente.
Integrantes do grupo dizem que o número de vítimas é ainda maior, alguns não se interessaram em fazer parte do grupo e muitos não entraram porque ainda continuam sem acesso, devido ao furto do celular.
Sem apoio
Uma advogada que teve o celular furtado relatou a reportagem do RP10 que por volta das 4h30 percebeu que sua bolsa estava aberta e alguém havia pego o celular. “A partir desse momento soube por algumas pessoas que estavam ali ao meu redor que também tinham levado seus celulares”, disse.
A advogada contou que as pessoas desconfiavam de um casal, sendo uma mulher loira acompanhada de um rapaz. “Fui até os seguranças informar o ocorrido mas nenhum prestou sequer qualquer auxílio. Demonstraram pouquíssima importância. Todos estavam com os braços cruzados e alguns diziam para não discutirem com a gente”, lamentou.
Um rapaz, que também foi vítima do bando, contou que por volta das 3h sentiu falta do seu celular. “Abri minha bolsa e não estava lá. Comecei a procurar nos banheiros, falei com os guardas, mas sem sucesso. Depois fui encontrando várias pessoas que também tinham sido vítimas de furto”.
Ele disse que as vítimas procuraram os seguranças da festa, mas não tiveram nenhum tipo de respaldo, sendo informados que não poderia ser anunciado os furtos no sistema de som e que eles não poderiam revistar ninguém. “Não deram a mínima atenção para as vítimas que estavam ali chorando. Foi um verdadeiro descaso”, afirmou.
Segundo esse rapaz, todos os comentários postados na página da festa em relação aos furtos estão sendo apagados. “Não foram um ou dois furtos, não foram casos isolados. Cada vez mais estão aparecendo pessoas relatando que seus objetos pessoais foram furtados. Houve falha sim na prestação de serviços e merecemos uma resposta”.
Uma bancária de 33 anos cotou que deu falta do celular após sair do banheiro, e acredita que teve o celular furtado de sua bolsa na aglomeração que estava no local. Ela disse que ouviu de um segurança, que já tinham contabilizado mais de 30 vítimas e que havia quatro suspeitos identificados. “Depois fui pra portaria e encontrei várias pessoas com o mesmo problema, a maioria mulheres”.
Ela relatou que na hora percebeu um descaso da equipe de segurança com relação as várias vítimas de furto e que a PM só compareceu porque as vítimas acionaram, sendo que a equipe ficou de chamar e não chamou. Segundo ela, estavam dificultando a saída das vítimas que queriam ter acesso aos policiais que estavam do lado de fora.
A bancária também reclamou que na página do evento, ao invés de darem explicações, estão apagando todos os comentários em relação aos furtos. Ela se diz indignada porque além do valor pago para entrar na festa, ficou no prejuízo e descobriu que nem câmeras de segurança foram instaladas no local.
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