Pessoas inteligentes são mais felizes. Quanto mais inteligente for a pessoa, maior será seu estado de felicidade. A inteligência não é uma habilidade inata, ao contrário pode e deve ser desenvolvida individualmente, logo a felicidade também pode ser elaborada. Se para cada uma destas assertivas a reação foi de concordância, possivelmente você seja uma pessoa inteligente e feliz.
Por outro lado, caso tenha havido discordância, desejo que nas próximas linhas seja- lhe despertado curiosidade e disposição para descobrir um pouco mais sobre essa tal inteligência que favorece a possibilidade de viver uma vida mais leve, sem estresse, com boa convivência social e melhores resultados na família e no trabalho.
Nossa mente, via de regra, relaciona a frase “essa pessoa é muito inteligente” às boas notas escolares, aprovação em concursos, emprego com bom salário, cientistas e pesquisadores estudiosos e outros. Este pensamento está correto quando o conceito de Quociente de Inteligência (QI) for a medida usada, afinal por meio dele e em linhas gerais, o sujeito possui capacidade para um aprendizado mais rápido, maior habilidade para pensar e resolver problemas, realizar cálculos, usar fórmulas, encontrar soluções para questões complexas e etc., ou seja, coisas que dizem respeito ao desenvolvimento cognitivo.
Contudo, torna-se um pensamento equivocado quando a medida se refere ao desenvolvimento da Inteligência Emocional (IE), que significa ter capacidade para identificar, monitorar e lidar com as emoções e sentimentos de si próprio e dos outros, ou seja, poder compreender e gerenciar os sentimentos, comportamentos e reações.
Sobre as emoções encontramos as que têm relação com sentimentos agradáveis (positivas), que mobilizam, motivam e inspiram as pessoas fazerem e ousarem mais, e as que geram sentimentos desagradáveis que coloca a pessoa em posição de defesa, afrontamento, agressividade ou passividade.
Diante deste entendimento tem-se de um lado angústia, desespero, estresse, arrependimento, culpa, decepção, desgosto, frustração, indignação, raiva, rancor, tristeza, vergonha (negativas) e do outro satisfação, entusiasmo, afeto, alegria, felicidade, bem-estar, gratidão, humor, ânimo, paixão, prazer, (positivas), são muitas emoções que podem chegar ao total de cinquenta.
O desafio que se apresenta consiste em identificar e gerenciar as emoções, além da maneira que o comportamento será manifestado. Uma situação que exemplifica bem uma pessoa com Inteligência Emocional seria o caso de estar muito ansiosa e triste e ainda assim conseguir cumprir com as tarefas domésticas ou do trabalho durante o dia.
Outra situação para melhorar o entendimento, ocorreria no caso de uma pessoa fazer uma brincadeira com outra e isso disparar um gatilho de ansiedade, frustração ou raiva, daí por diante tem-se a irradiação dessa emoção negativa para o ambiente tornando-o pesado, tenso a ponto de afetar a todos, seja por palavras, gestos ou atitudes, tudo sem um motivo aparente.
Uma pessoa com IE saberia identificar a emoção que a brincadeira despertou, recorreria a alguma técnica para contornar e seguir adiante calmamente, seja no trabalho, na vida pessoal ou familiar. Neste caso, pode-se dizer que a pessoa soube perceber e identificar o que estava sentindo e a causa, e encontrou uma forma equilibrada para lidar com elas.
Para Daniel Goleman, jornalista e psicólogo, (pai da IE) as características de uma pessoa com Inteligência Emocional são: 1. Autoconsciência – permite conhecer os pontos fortes, fracos e limitações, logo respeitam os próprios limites; 2. Automotivação – capacidade da pessoa motivar a si mesmo e manter essa condição; perseverança, resiliência e iniciativas são próprias do automotivado; 3. Empatia – compreender como o outro se sente e suas emoções facilita a formação de vínculos com outras pessoas, entendendo seu ponto de vista e a forma como se sentem; ser empático significa olhar menos para seus problemas e olhar para fora, enxergar quem está ao seu redor, com intuito de poder ajudar de verdade; 4. Controle Emocional – capacidade individual de lidar com os próprios sentimentos, mantendo o controle de forma positiva e reagindo de maneira construtiva diante de situações de pressão, euforia e tensão; e 5. Relacionamento Interpessoal – estar emocionalmente disponível, ser influente e ter facilidade para administrar conflitos.
Enfim, a IE ao ser desenvolvida facilitará relacionamentos mais saudáveis e seguros, logo mais Qualidade de Vida e Saúde Física e Emocional para vida inteira.
Coronel PM PAULO AUGUSTO LEITE MOTOOKA, Mestre e Doutor em Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública Bacharel em Psicologia, Direito e Especialista em Direito Ambiental