O consumo das famílias araçatubenses deve ter um crescimento real de 2,34% em 2022, já descontada a inflação de 10,06% medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), no ano passado. No município, o potencial para gastar saltou dos R$ 6,5 bilhões projetados em 2021 para os R$ 7,4 bilhões em 2022.
Os dados são da pesquisa IPC Maps 2022 – A Geografia Atualizada do Potencial de Consumo Brasileiro, especializado no cálculo de índices de potencial de consumo, com base em dados oficiais do Banco Central e do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), dentre outros indicadores.
Se comparada com os dados do ano passado, a projeção do crescimento de 2,34% no consumo é menor, haja vista que em 2021 houve um incremento real de 4%, segundo a mesma pesquisa.
No entanto, os dados locais demonstram que a situação de Araçatuba é melhor do que a do País. Aquém das expectativas, o consumo das famílias brasileiras deve movimentar cerca de R$ 5,6 trilhões ao longo deste ano, no Brasil — o que representa um aumento real de apenas 0,92% em relação a 2021, a uma taxa positiva de 0,42% do PIB.
“Houve uma melhoria da renda da população de Araçatuba em relação ao restante dos municípios brasileiros. Isso coloca mais dinheiro no bolso da população, se compararamos os números de 2022 com 2021”, explica o diretor do IPC Maps e responsável pelo estudo, Marcos Pazzini.
Com um potencial de consumir R$ 169,4 milhões a mais em 2022 em comparação com o ano anterior, Araçatuba subiu um ponto no ranking nacional, passando da 124ª posição para a 123ª. O mesmo ocorreu no Estado, onde a cidade ocupava o 41º lugar e hoje ocupa o 40º. No ano passado, a participação do município na economia do País era de 0,12840 e, neste ano, é de 0,13140.
Pazzini explica que, com o crecimento no potencial de consumo, Araçatuba passa a ficar no radar dos investidores, ou seja, os indicadores da cidade são observados, o que possibilita a atração de novos investimentos.
Fechamento de empresas
A pesquisa também mostra que houve o fechamento de 1.239 empresas nos últimos 12 meses, passando de 32.498 em 2021 para 31.259 em 2022, uma queda de 3,8%.
Destas, 729 são empresas de comércio, o que representa 58% das que fecharam as portas. Elas não conseguiram ter um bom desempenho após as idas e vindas do setor, com quarentenas e restrições, durante a pandemia.
As demais, segundo o responsável pelo estudo, são MEIs (Microempreendedores Individuais). “Neste caso, considero que houve uma higienização do cadastro, muita gente que teve a renda comprometida ficou com medo de não receber os benefícios do governo e acabou deixando de ser MEI”, observou.
Comprometimento da renda
Conforme o IPC Maps, o maior comprometimento da renda do araçatubense é com necessidades básicas, como habitação (incluindo aluguéis, impostos, luz, água e gás), que deve consumir mais de R$ 2 bilhões dos gastos; seguida de outras despesas (serviços em geral, reformas, seguros etc), com um consumo de R$ 1,3 bilhão; alimentação, com gastos estimados em pouco mais de R$ 900 milhões; veículo próprio (R$ 799 milhões), além de medicamentos e planos de saúde (R$ 510 milhões).
Base consumidora
A classe com maior potencial de gastos em Araçatuba é a “B”, que representa 23,9% da população e deve consumir R$ 2,855 milhões, seguida da “C”, que corresponde a 52,2% da população e deve consumir R$ 2,835 milhões.
A classe “A” (3,5% da população) tem potencial de consumo de R$ 1,152 bilhão e a “D/E”, que equivale a 20,4% dos araçatubenses, tem gastos estimados em R$ 496,5 milhões.