Alunos dos cursos de Análise e Desenvolvimento de Sistemas, História e Pedagogia do UniToledo/Wyden foram surpreendidos, na noite dessa terça-feira (31), com a informação de que os cursos deixarão de ser presenciais e passarão a ser EAD (Ensino a Distância), a partir do segundo semestre de 2022. Revoltados, eles prometem realizar um protesto em frente à instituição, na noite desta quarta-feira (1º).
Os alunos foram avisados das mudanças pelos coordenadores dos cursos, durante a aula. A justificativa, segundo os estudantes, foi de que os cursos não dão lucros à instituição. “Quem tinha que ter avisado era a reitoria do Unitoledo. Fomos pegos de surpresa, estamos sem chão”, afirmou Maria Eduarda de oliveira Maruiama, 21 anos, que cursa o sétimo semestre de História.
A transferência destes cursos para o EAD foi confirmada pelo UniToledo/Wyden (Leia nota abaixo).Uma das preocupações dos estudantes é que, ao modificar o formato, a grade curricular será alterada, modificando também a duração. “Eu iria me formar no ano que vem, mas, agora, isso deve acontecer só em 2024”, afirmou a aluna Leiliane Castro dos Santos, 20 anos, que cursa Pedagogia.
Ela relata, ainda, que tem receio de perder o estágio que começou a fazer no início deste ano, caso transfira o curso para outra iinstituição. “Quando decidi fazer um curso superior, não escolhi EAD, porque queria aulas presenciais. Não quero ter EAD no meu diploma”, disse, afirmando que paga R$ 500,00 na mensalidade e que há 28 alunos em sua turma.
Em meio à mudança, vários professores foram demitidos, pois as aulas serão centralizadas em um único lugar, no núcleo de EAD dd Grupo Estácio, ao qual o UniToledo pertence.
“A gente tinha seis professores no curso de História e agora temos três. Sem contar que juntaram as turmas do quinto e sétimo semestre, com a alegação de que o curso não dá lucro”, disse Giovana Lista Gonçalves, 20 anos, aluna do quinto semestre de História. Ela lembra, ainda, que muitos alunos de municípios vizinhos pagaram transporte para fazer o curso presencial e agora terão um diploma de EAD.
Outro aluno, identificado como Guilherme, gravou um vídeo no Instagram, no qual relata a sua preocupação de não ser qualificado para uma iniciação científica com o curso em EAD. “As pessoas que pagaram anos para utilizar o presencial e tudo vai ser jogado no lixo de última hora?”, questionou ele, que cursa o oitavo semestre de pedagogia. “Pagamos o UniToledo para usar o campus, não quero que no meu diploma esteja EAD da Estácio”, continuou.
O UniToledo, que pertencia à família Toledo, de Araçatuba, foi vendido para o grupo de educação YDUQS, dona do Grupo Estácio, por R$ 102,5 milhões, em setembro de 2019.
Fundada em 1966, a Unitoledo oferecia, naquele ano, 25 cursos de graduação e 18 de pós-graduação, além de cursos técnicos, e tinha um total de 5,3 mil alunos no segmento presencial. Em 2018, a receita líquida da instituição foi de R$ 42,7 milhões.
Outro Lado
Questionada, o UniToledo/Wyden enviou a seguinte nota à reportagem:
“A instituição informa que, optou por redirecionar o formato de ensino dos cursos de Análise e Desenvolvimento de Sistemas, História e Pedagogia, após o término deste semestre letivo, proporcionando uma flexibilidade maior para o estudante. Cumpre esclarecer que a mudança não oferece qualquer prejuízo acadêmico, sendo mantido o aproveitamento integral de todas as disciplinas cursadas bem como a formação permanecerá dentro do tempo previsto. Também não existem prejuízos financeiros, tendo em vista que a alteração no formato de ensino trará condições mais atrativas para os estudantes. Todos os alunos já receberam as orientações relativas à alteração e a instituição disponibilizou uma equipe de atendimento dedicada ao esclarecimento das dúvidas. A Direção do campus permanece, por meio dos canais oficiais da instituição, à disposição dos estudantes nesta nova fase e reitera o seu compromisso com a educação e qualidade de ensino.”