Com a chegada do inverno e a consequente tendência de as pessoas se aglomerarem em locais fechados, os casos de meningite costumam aumentar nesta época do ano. Em Araçatuba, 11 pessoas tiveram a doença de janeiro a maio de 2022 em comparação com o mesmo período do ano passado, quando foram registrados 8 casos, uma alta de 37,5%.
A meningite é a inflamação das meninges, membranas que envolvem o cérebro. Ela pode ser bacteriana (mais grave) ou viral.
A maior parte das bactérias que causam a meningite bacteriana é transmitida pelo ar, de pessoa para pessoa. Isso acontece quando uma pessoa que já está infectada fala, tosse ou espirra e espalha gotículas de saliva e secreções nasais no ambiente, contaminando indivíduos sadios.
Para as meningites meningocócica e pnemunócica, que são causadas por bactérias, há vacina disponível na rede pública, lembra o médico infectologista Stelios Fikaris. (Leia abaixo as vacinas disponíveis e idades em que devem ser aplicadas).
Já a meningite viral não tem como previnir, pois não há vacinas, afirma o infectologista. Neste caso, o agente causador da doença geralmente é transmitido pela via oral-fecal. “São vírus intestinais e só algumas pessoas vão ter a doença. Os cuidados de prevenção é evitar aglomeração, lavar as mãos e usar máscaras”, afirma o médico.
Conforme ele, com o isolamento social por causa da pandemia, muitos vírus deixaram de circular e, com a retomada, passaram a circular todos juntos, o que pode levar a um possível aumento de casos da doença.
Os sintomas da meningite são vômitos, diarreia, dor de cabeça, mal-estar, dores no corpo. Já as crianças abaixo de dois anos costumam também ficar moles e irritadiças.
Após a avaliação médica, tem que ser feita a punção na região lombar para a extração do líquido cefalorraqueano (líquor) e posterior análise para o diagnóstico.
Em casos de complicações, a doença pode provocar alterações auditivas, visuais e até mesmo paralisia. “Nos casos mais graves, o cérebro pode ser comprometido como um todo”, afirma o médico.
Na Santa casa de araçatuba, houve 12 internações por meningite de janeiro a abril deste ano, sendo seis bacterianas e seis virais. Um dos pacientes, um homem de 57 anos, de Buritama, está internado em estado grave na UTI (Unidade de terapia Intensiva)
Vacinas disponíveis contra a meningite na rede pública:
Vacina BCG: previne a meningite tuberculosa. Toma-se uma dose ao nascer;
Vacina pentavalente: previne a meningite causada pelo Haemophilus inflenzae sorotipo b. São feitas três doses: aos 2, 4 e 6 meses de vida;
Vacina meningocócica C: previne a meningite causada pelo meningococo Neisseria meningitidis sorogrupo C. A vacina é dada em duas doses (aos 3 e aos 5 meses), com reforço aos 12 meses de idade. Adolescentes de 11 a 14 anos também devem tomar uma dose única de reforço;
Vacina pneumocócica 10: previne contra a meningite causada por 10 sorotipos do Steptococcus pneumoniae. As duas primeiras doses são feitas aos 2 e 4 meses de idade, com reforço aos 12 meses.