Uma operação em conjunto na Vila Cruzeiro, na Penha, na manhã desta terça-feira (24) deixou ao menos 21 mortos. Entre as vítimas estão uma moradora e 10 suspeitos. Um dos corpos foi levado por um motorista de aplicativo que, segundo a Polícia Civil, foi obrigado a deixá-lo no Hospital estadual Getúlio Vargas. Até o momento são sete feridos. No início desta tarde, um policial civil deu entrada no hospital após ser atingido por estilhaços de tiro no rosto. As informações são do portal iG.
Agentes do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar, da Polícia Federal (PF) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF) estão desde a madrugada na comunidade, na Zona Norte do Rio, e, segundo a PM, foram atacados a tiros quando iniciavam uma “operação emergencial”, com o objetivo de prender chefes da maior facção criminosa que atua no estado e que estariam escondidos no local.
A polícia afirma que chefes da facção em outras favelas do Rio — como Jacarezinho, Mangueira e Providência —, do Salgueiro, em São Gonçalo, e até de estados do Norte e do Nordeste também estão abrigados na Penha.
Pouco depois das 13h, o tiroteio recomeçou na região. Os disparos podem ser ouvidos do Hospital estadual Getúlio Vargas, que também fica na Penha. A PM usou um helicóptero blindado durante a ação e diz que, até o momento, já apreendeu 13 fuzis, quatro pistolas, 12 granadas e drogas, além de 10 carros e 20 motocicletas.
— Nessa madrugada nós identificamos uma grande movimentação de elementos nessa região, pertencem a uma facção que controla essa localidade. Hoje nossa aeronave também foi atingida com vários disparos provenientes dessa região. A operação vem sendo construída há semanas, toda trabalhada em cima da inteligência. Esse é nosso primeiro balanço da operação — disse o coronel da PM Luiz Henrique Marinho Pires, em coletiva no início desta tarde.
A PRF não informou ainda o motivo de estar na comunidade, já que é uma instituição que cuida das rodovias federais que cortam o estado.
Operação tem 22 mortos
Uma moradora, identificada como Gabrielle Ferreira da Cunha, de 43 anos, morreu ao ser baleada na Rua Dr Luis Gaudie Ley, na Chatuba, durante a operação. Ela passava pela Rua Dionísio quando foi atingida por uma bala perdida. Agentes da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), da Polícia Civil, fizeram uma perícia no local. Desde cedo, moradores relatam trocas de tiros na comunidade.
A Polícia Militar confirmou que 10 suspeitos também morreram. Eles e os feridos foram levados para o Hospital Estadual Getúlio Vargas. Parentes das vítimas estão na unidade de saúde em busca de informações.
A direção da unidade de saúde afirmou que dois baleados na ação estavam no centro cirúrgico, por volta das 11h. Ainda de acordo com a unidade, nove homens já foram identificados pelos familiares.
Durante a tarde, o número de mortos subiu para 21. Além de uma moradora e dos suspeitos, outros corpos foram levados para o Hospital estadual Getúlio Vargas, sendo um deles deixado por um motorista de aplicativo. Segundo a Polícia Civil, ele foi obrigado a deixá-lo na unidade de saúde.
Uma equipe foi montada para atender aos parentes dos mortos e baleados que estão na unidade. Os familiares estão fazendo reconhecimento facial das vítimas.
O número de feridos também aumentou e passou para sete. Por volta das 13h, um homem e uma mulher deram entrada feridos por arma de fogo. Eles chegaram numa viatura da Polícia Rodoviária Federal. Um policial civil, identificado como Sérgio Silva do Rosário, fazia a perícia onde os corpos estavam quando houve os disparos. Um estilhaço atingiu o policial no nariz.
O titular da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), delegado Alexandre Herdy, esteve no hospital e afirmou que uma equipe de oito policiais da especializada ficou encurralada na localidade conhecida como Vacaria.