A revista “Time”, dos Estados Unidos, divulgou nesta quarta-feira (4) uma capa com uma entrevista com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O título da publicação, com a data de 23 de maio, diz: “O segundo ato de Lula”. No subtítulo, a revista escreveu: “O líder mais popular do Brasil buscar retornar à Presidência”.
A “Time” trabalha com capas distintas para diferentes regiões do mundo. Para a última semana do mês, a edição norte-americana terá capa com o Elon Musk, homem mais rico do mundo que deve comprar o Twitter; a europeia, com o chanceler alemão Olaf Scholtz; a edição do Pacífico terá capa com Volodymyr Zelenski, presidente da Ucrânia.
A “Time” lembra que Lula deixou o poder como o presidente mais popular da história recente do país. Cita também a reviravolta na trajetória política dele, condenado e preso após as investigações de corrupção da Operação Lava Jato.
Em seguida, relata a revista, Lula foi solto, após o Supremo Tribunal Federal (STF) considerar que ele foi julgado por um juiz que atuou de forma enviesada, o que afetou a defesa. A revista não cita nominalmente o ex-ministro e ex-juiz Sergio Moro.
A “Time” conta ainda que Lula vai disputar as eleições contra o presidente Jair Bolsonaro, e cita que o ex-presidente lidera as pesquisas de preferência do eleitorado.
A entrevista foi feita com o ex-presidente no fim do mês de março. À revista, Lula disse que nunca desistiu da política, mas que, quando saiu da Presidência, no fim de 2010, pensou que não se candidataria ao mandato novamente.
“Eu na verdade nunca desisti da política. A política está em cada célula minha, a política está no meu sangue, está na minha cabeça. Porque o problema não é a política simplesmente, o problema é a causa que te leva à política”, afirmou o ex-presidente.
“Quando deixei a Presidência em 2010, efetivamente eu não pensava mais em ser candidato à Presidência da República. Entretanto, o que eu estou vendo, doze anos depois, é que tudo aquilo que foi política para beneficiar o povo pobre— todas as políticas de inclusão social, o que nós fizemos para melhorar a qualidade das universidades, das escolas técnicas, melhorar a qualidade do salário, melhorar a qualidade do emprego—, tudo isso foi destruído, desmontado”, completou.