O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta quarta-feira (12) que, se voltar ao governo, o “teto de gastos”, em vigor desde 2016, será anulado. Lula falou sobre o tema em encontro com reitores de universidades públicas em Juiz de Fora-MG.
“Como é que nós vamos recriar essa melhora de vida pras pessoas que todos nós prometemos? Eu posso contar pra vocês uma coisa: não haverá teto de gastos no nosso governo”, disse, para aplausos entusiasmados dos presentes.
Lula afirmou que o que vai diminuir a proporção de investimento público na comparação com o Produto Interno Bruto (PIB) vai ser o crescimento econômico, e não cortes orçamentários.
“Não que eu vá ser irresponsável, gastar pra endividar o futuro da nação. Não. É por que vamos ter que gastar naquilo que é necessário, na produção de ativos produtivos, ativos rentáveis, e a educação é um ativo rentável, é a coisa que dá o retorno mais rápido para que a gente produzir”, complementou.
“Usar a criatividade”
O ex-presidente afirmou que é preciso ser “criativo” na hora de decidir onde fazer ou deixar de fazer investimentos, e que foi assim que conduziu o governo quando esteve no cargo. Afirmou, porém, que “a palavra ‘gasto’ não valia para a educação. Era preciso que a gente tentasse recuperar o atraso secular que o Brasil tinha sido submetido”.
“Eu tenho muito orgulho de ser o único presidente sem diploma universitário e que fez mais universidades neste país, e mais extensões nas universidades”, complementou.
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Lula se comprometeu ainda a receber os reitores logo no primeiro mês de governo, caso eleito. O ex-presidente afirma que eles terão de fazer parte de uma discussão sobre o país inclusive fora dos campus. Para isso, reforçou a importância da autonomia universitária.
“Quem tem que indicar o reitor? Não é o presidente da República que sabe quem é bom pra universidade. Quem sabe quem é bom é quem tá lá dentro da universidade. Vai voltar a autonomia, inclusive autonomia financeira”, concluiu.