A Petrobras anunciou lucro líquido de R$ 44,561 bilhões no primeiro trimestre deste ano. O resultado, que vem junto aos frequentes aumentos que fizeram o consumidor brasileiro pagar a gasolina mais cara da história, é 3.718,4% maior que o do mesmo período de 2021, quando a empresa anunciou lucro de R$ 1,167 bilhão.
A estatal informou que o lucro exorbitante foi embalado pelo aumento do preço do petróleo no exterior. O barril, que no primeiro trimestre de 2021 era vendido por preço próximo a US$ 60, agora custa acima de US$ 100.
Com o Preço de Paridade Internacional (PPI), política adotada no governo de Michel Temer (MDB) e mantida por Jair Bolsonaro (PL), os custos para o consumidor final sobem com a variação do câmbio e a cotação internacional do petróleo e, por consequência, também se elevam os lucros dos acionistas.
Os resultados da estatal foram incômodos até mesmo para Bolsonaro. Em plena campanha pela reeleição, ele afirmou em live nesta quinta-feira que os lucros são “um estupro” e solicitou que os reajustes nos combustíveis sejam interrompidos.
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Os frequentes aumentos nos preços dos combustíveis em ano eleitoral causaram a demissão do então presidente da empresa, o general Joaquim Silva e Luna, cuja saída foi anunciada no fim de março. No lugar, assumiu José Mauro Ferreira Coelho, que não era a primeira opção do governo.
Em comunicado divulgado pela empresa, Coelho minimizou a importância dos reajustes dos combustíveis e afirmou que o lucro recorde “deve-se ao fato de termos agora uma Petrobras saneada, que reduziu os encargos com pagamento de dívida, investe com responsabilidade e opera com eficiência”.