O Ministério da Educação teria tentado superfaturar em mais de R$ 700 milhões a compra de ônibus escolares. A denúncia foi revelada em documentos obtidos pelo jornal O Estado de S. Paulo. De acordo com a reportagem, o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) abriu um processo de licitação para pagar R$ 480 mil por ônibus escolar destinado ao transporte de estudantes em áreas rurais.
No entanto, Técnicos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) apontaram que cada veículo deveria custar no máximo R$ 270 mil. “A discrepância das cotações apresentadas pelos fornecedores em relação ao preço homologado do último pregão, do ano passado, implica em aumento não justificado do preço, sem correspondente vinculação com as projeções econômicas do cenário atual”, diz um relatório da área técnica do órgão.
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Ao todo, o MEC pretende adquirir 3.850 ônibus, que pelo valor estabelecido no processo de licitação custariam R$ 2,045 bilhões. Esse valor representa R$ 732 milhões a mais do que o custo real dos veículos – uma diferença de 55%.
O superfaturamento na compra dos ônibus também foi apontado em parecer da Controladoria Geral da União (CGU). O processo de licitação foi autorizado e assinado por Garigham Amarante, diretor de Ações Educacionais do MEC, indicado por Valdemar da Costa Neto, presidente do PL, legenda de Jair Bolsonaro.
As novas denúncias de corrupção no MEC surgem em meio ao escândalo revelado recentemente de que pastores aliados ao governo negociam liberação de verbas da pasta, inclusive com pedidos de propina. O caso levou ao pedido de demissão do agora ex-ministro Milton Ribeiro.