Com 943 casos, Araçatuba já vive uma epidemia de dengue, doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. Nos últimos sete dias, o município confirmou mais 223 pacientes com a infecção, que já fez uma vítima este ano, um homem de 50 anos que morreu no dia 7 de março. Há, ainda, uma morte suspeita em investigação. Durante todo o ano de 2021, foram registrados 1.258 casos da doença.
Na última atualização dos casos, divulgada pela Secretaria Municipal de Saúde no dia 1º de abril, Araçatuba tinha notificado 720 casos da doença em 2022. Com a nova atualização, divulgada nesta sexta-feira (8), o município acumula 943 casos, ou seja, 223 a mais. Em 2019, a cidade viveu uma epidemia da doença, com um total de 7.879 pacientes infectados.
Considera-se uma epidemia quando há a incidênca de 300 casos suspeitos por semana em três semanas consecutivas, explica a coordenadora da UVZ (Unidade de Vigilância em Zoonoses), Talita Carolina Bragança de Oliveira.
Na tentativa de conter o avanço da doença, os 100 agentes de combate às endemias e controladores de vetores estão visitando as residências em períodos diferenciados, na hora do almoço, e no final do dia, uma vez que passavam em horários em que as pessoas não estavam em casa.
Fumacê
Além disso, um carro de som percorre as ruas da cidade, alertando sobre os riscos da dengue. Outra ação da Secretaria da Saúde é o chamado fumacê com aplicação de inseticida, em ação conjunta com a Sucen (Superintendência de Controle de Endemias), do governo do Estado.
O fumacê já foi feito nos bairros Morada dos Nobres e Pedro Perri. A Secretaria Municipal de Saúde está mapeando para georreferenciar outras áreas da cidade que deverão receber o inseticida.
A nebulização costal de rotina com veneno, em que o agente entra na residência do morador, está sendo feita em todos os bairros, conforme Talita. Neste momento, está sendo realizada no bairro Dona Amélia.
Disseminada em toda a cidade
A coordenadora da Unidade de Vigilância em Zoonoses destaca que a dengue está disseminada em toda a cidade, mas principalmente nos territórios atendidos pelas UBSs (Unidades Básicas de Saúde) do Pedro Perri e Morada dos Nobres, como os bairros Jussara, Guanabara, Esplanada, Pedro Perri, Traitu, Vila Carvalho, Morada dos Nobres, Claudionor Cinti, Lago Azul e Jardim Moreira.
Larvas em bebedouros
Os agentes estão encontrando larvas do mosquisto Aedes aegypti em bebedouros de animais, ralos de banheiros e quintais e também nos vasos de plantas. “Antes a gente falava de pneu, garrafas e caixa d’água, mas, hoje, o mosquito está dentro de casa, sendo criado como um pet”, comparou a coordenadora da UVZ.
Dentre os motivos que levaram à explosão de dengue em Araçatuba está o aumento da chuva este ano em comparação com 2021 aliado à recusa das visitas nas residências pelos moradores e a baixa atenção da população, pois o mosquito está sendo encontrado em recipientes que não são expostos à chuva.
Levantamento Rápido
A Secretaria Municipal de Saúde está realizado, agora, o Liraa (Levantamento Rápido de Índices para Aedes Aegypti), que deve ser concluído na última semana deste mês. Esta pesquisa fornecerá dois dados ao município.
O primeiro é o predial, com a quantidade de imóveis com a presença de larvas do Aedes aegypti. O segundo é o Índice de Bretau, com a identificação dos recipientes com larvas.
Sintomas vão de febre a vômitos
Os sintomas de dengue são febre, dor de cabeça, dor nos olhos e nas articulações, manchas vermelhas pelo corpo, náuseas e vômitos. Em caso de um ou mais sintomas, deve-se procurar a UBS mais próxima ou o Hospital Municipal imediatamente.
O mosquito Aedes aegypiti, que transmite a dengue, se prolifera em locais com água parada, por isso eliminar os focos de água é um cuidado essencial para evitar que ele se reproduza.