A Secretaria Municipal de Saúde de Araçatuba confirmou, nesta sexta-feira (29), a segunda morte por dengue este ano no município. A vítima é um homem de 77 anos que faleceu no dia 27 de março. O primeiro óbito foi o de um homem de 50 anos, que faleceu em 7 de março.
O município, que vive uma epidemia da doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, confirmou mais 349 novos pacientes com a infecção, conforme boletim epidemiológico divulgado nesta tarde.
Agora, são 1.652 casos positivos registrados na cidade de janeiro a abril deste ano ante os 1.258 notificados em todo o ano passado, um aumento de 31,3%.
Em janeiro de 2022 foram notificados 64 casos de dengue; em fevereiro, 139; em março, 724; e, em abril, 725. Em 2019, o município também viveu uma epidemia da doença, com um total de 7.879 pacientes infectados.
Segundo a chefe da Vigilância Epidemiológica de Araçatuba, Priscila Cestaro, dois sorotipos de vírus da dengue estão circulando na cidade, o 1 e 2, sendo o 1 o mais grave, que provoca febre alta, dor de cabeça e dor abdominal aguda. O tipo 2 dá febre mais baixa, dores pelo corpo e nas costas.
“Há casos graves e leves, mas é importante que a população procure atendimento e faça os exames para que a gente identifique os sorotipos que estão circulando e elabore as ações de combate”, afirmou.
Ela destaca, ainda, que a hidratação e a busca por atendimento são essenciais para evitar o agravamento da dengue. “A partir do décimo dia da doença, o paciente pode entrar em choque por desidratação. Como ele fica com um gosto ruim na boca, não consegue tomar água, por isso deve buscar o serviço de saúde”.
Ações de combate
Na tentativa de conter o avanço da doença, 150 agentes de combate às endemias e controladores de vetores estão visitando as residências em períodos diferenciados, na hora do almoço, e no final do dia, uma vez que passavam em horários em que as pessoas não estavam em casa.
A Secretaria Municipal de Saúde também está mapeando para georreferenciar as áreas da cidade que deverão receber o chamado fumacê, que consiste na aplicação de inseticida por meio de carros, em conjunto com a Sucen (Superintendência de Controle de Endemias), do governo do Estado. .
A nebulização costal de rotina com veneno, em que o agente entra na residência do morador, está sendo feita em todos os bairros, conforme Talita. Neste momento, está sendo realizada no bairro Dona Amélia.
Disseminada em toda a cidade
A coordenadora da Unidade de Vigilância em Zoonoses, Talita Carolina Bragança de Oliveira, destaca que a dengue está disseminada em toda a cidade, mas principalmente nos territórios atendidos pelas UBSs (Unidades Básicas de Saúde) do Pedro Perri e Morada dos Nobres, como os bairros Jussara, Guanabara, Esplanada, Pedro Perri, Traitu, Vila Carvalho, Morada dos Nobres, Claudionor Cinti, Lago Azul e Jardim Moreira.
Larvas em bebedouros
Os agentes estão encontrando larvas do mosquisto Aedes aegypti em bebedouros de animais, ralos de banheiros e quintais e também nos vasos de plantas. “Antes a gente falava de pneu, garrafas e caixa d’água, mas, hoje, o mosquito está dentro de casa, sendo criado como um pet”, comparou a coordenadora da UVZ.
Dentre os motivos que levaram à explosão de dengue em Araçatuba está o aumento da chuva este ano em comparação com 2021 aliado à recusa das visitas nas residências pelos moradores e a baixa atenção da população, pois o mosquito está sendo encontrado em recipientes que não são expostos à chuva.
Levantamento Rápido
A Secretaria Municipal de Saúde está realizando, agora, o Liraa (Levantamento Rápido de Índices para Aedes Aegypti), que deve ser concluído nos próximos dias. Esta pesquisa fornecerá dois dados ao município.
O primeiro é o predial, com a quantidade de imóveis com a presença de larvas do Aedes aegypti. O segundo é o Índice de Bretau, com a identificação dos recipientes com larvas.
Sintomas vão de febre a vômitos
Os sintomas de dengue são febre, dor de cabeça, diarreia, dor nos olhos e nas articulações, manchas vermelhas pelo corpo, náuseas e vômitos. Em caso de um ou mais sintomas, deve-se procurar a UBS mais próxima ou o Hospital Municipal imediatamente.
O mosquito Aedes aegypiti, que transmite a dengue, se prolifera em locais com água parada, por isso eliminar os focos de água é um cuidado essencial para evitar que ele se reproduza.