A inflação mantém, em março, sua trajetória de alta. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) variou 0,95%, maior taxa para o mês desde 2015, segundo o IBGE, que divulgou os resultados nesta sexta-feira (25). A chamada “prévia” da inflação oficial agora acumula 2,54% no primeiro trimestre ante 2,21% em igual período do ano passado) e 10,79% em 12 meses.
Segundo o instituto, os nove grupos que compõem o indicador de inflação tiveram alta em março. Destaque para itens como alimentos, gás, energia, gasolina e produtos farmacêuticos. Apenas o grupo Alimentação e Bebidas, com variação de 1,95%, representou impacto de 0,40 ponto percentual na taxa de março.
Comer custa mais
Nesse caso, a principal influência veio de alimentos para consumo no domicílio (2,51%). O IBGE cita cenoura (aumento de 45,65% no mês), tomate (15,46%) e frutas (6,34%), além de batata inglesa (11,81%), ovo de galinha (6,53%) e leite longa vida (3,41%). Entre as quedas, o frango e pedaços (-1,82%).
Já a alimentação fora do domicílio subiu 0,52%, em média, ante 0,45% em fevereiro. O lanche foi de 0,09% para 0,92% e a refeição, de 0,57% para 0,25%.
Gasolina volta a subir
Em Saúde e Cuidados Pessoais, grupo que teve alta de 1,30% no mês, o instituto cita variações de itens de higiene pessoal (3,98%), perfume (12,84%), produtos farmacêuticos (0,83%) e serviços médicos e dentários (058%). O plano de saúde, por sua vez, caiu 0,69%, devido à redução aplicada ainda em 2021 pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
O IBGE apurou vários aumentos no grupo Transportes (0,68% em março). Como novamente o da gasolina (0,83%, impacto de 0,05 ponto), óleo diesel (4,10%) e gás veicular (5,89%). Já o preço médio do etanol caiu 4,70%. Houve queda também das passagens aéreas (-7,55%), a terceira seguida. Também aumentaram automóveis novos (0,83%) e usados (0,70%), menos do que em fevereiro, além da tarifa de ônibus urbano 1,04%), com reajustes em Curitiba, Fortaleza e Recife.
Aumentos generalizados pelo país
Em Habitação (0,53%), o instituto destaca impactos da energia elétrica (0,37%) e do gás de botijão (1,29%): 0,02 ponto cada. O gás encanado também aumentou (2,63%), com reajustes em Curitiba e no Rio de Janeiro. A taxa de água e esgoto teve aumento de 0,49%, também com reajustes – em Fortaleza e Goiânia.
Todas as áreas pesquisadas tiveram alta do IPCA-15. O índice variou de 0,61% (Brasília) e 1,55% (região metropolitana de Curitiba). Em 12 meses, as taxas vão de 9,32% (Belém) a 13,64% (Curitiba). Atinge 10,63% na região metropolitana de São Paulo e 10,42% no Rio. O IPCA e o INPC deste mês serão divulgados em 8 de abril.