O conflito no Leste Europeu, após a invasão da Ucrânia pela Rússia, já causa impactos na economia de Araçatuba e região, em especial no valor dos grãos e petróleo. O cenário aponta para uma inflação que irá acumular desde o aumento do pãozinho francês, com a alta do trigo, até o da gasolina e do gás natural, podendo chegar novamente aos 10,06% medidos no ano passado pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
“A guerra trará impactos de uma inflação global e isso inclui o Brasil e a nossa região”, avalia o assessor de investimentos Wit Invest, Antonio Ricardo Carneiro Filho, de São José do Rio Preto. Para o consumidor em geral, o sinal de alerta é, mais uma vez, o preço dos combustíveis. O barril do petróleo, que já seguia em alta desde o ano passado, voltou a subir após o conflito entre Ucrânia e Rússia, passando dos US$ 90 para os US$ 115,00, uma alta de 28% que ainda não foi repassada pela Petrobras.
Impacto da guerra na economia de Araçatuba
Ainda não se sabe até quando a estatal irá represar este reajuste, mas é certo que o repasse até a bomba vai chegar ao consumidor. Se hoje o litro da gasolina comum é vendido a partir de R$ 6,00 em Araçatuba, a alta de 28%, caso a Petrobras faça o repasse integral de aumento, o litro passaria a custar R$ 7,80. A alta irá impactar o preço do frete que, por sua vez, deixará o arroz, o feijão, o leite e demais gêneros alimentícios mais caros, avalia o assessor de investimentos.
“O petróleo já vinha em alta desde o ano passado, com a oferta menor e aumento da demanda que não estava previsto pelas consultorias mundiais. Foi a combinação perfeita para o preço subir”, afirmou Carneiro, destacando que o balanço de oferta e demanda ainda aponta para tendência de novas altas.
Outro agravante foi o banimento da Rússia do Swfit, sistema de códigos bancários que autoriza transações internacionais. O país é responsável por 12% das exportações de petróleo. Por enquanto, a Rússia continua exportando o produto, mas a preocupação, segundo o assessor de investimentos, é se houver sanções mais pesadas que proíbam o país de exportar, o que reduziria ainda mais a oferta da commoditie e provocaria nova escalada de preços.
Há, ainda, o impacto dos preços dos grãos, que tiveram um aumento considerável nas bolsas internacionais e também no mercado físico. É o caso do milho e do trigo, principalmente. No caso do trigo, a alta foi de 55% em 2022, o que vai impactar no preço do pãozinho do café da manhã do araçatubense, no macarrão de domingo e no de outros derivados.
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