O câncer infantil é a principal causa de morte entre o público infantil no Brasil, segundo dados do Inca – Instituto Nacional do Câncer. As chances de cura, no entanto, podem ser de até 80% se o diagnóstico for feito o mais cedo possível. Por isso, nesta terça-feira, Dia Internacional de Luta Contra o Câncer na Infância, os oncologistas e cirurgiões oncológicos.
“Estar atento é fundamental, sobretudo porque os sintomas podem ser confundidos com doenças comuns da infância, o que que pode dificultar o diagnóstico precoce”, afirma a médica oncologista Bárbara C. Benetton Pinto, coordenadora do Serviço de Oncologia do Austa Hospital.
Segundo ela, houve avanços no tratamento do câncer infantil, cujas possibilidades envolvem a quimioterapia, a cirurgia e a radioterapia. A cirurgia pode ser feita antes ou depois de outro tratamento, de forma a aumentar as chances de sucesso, pois é feita para remover o tumor ou o máximo de tecido afetado.
“Estas alternativas de tratamento podem ser feitas isoladamente ou, se necessário, em conjunto para ter maior sucesso e tratar o câncer. Alguns casos exigem a internação da criança no hospital por tempo variável, de acordo com o seu estado de saúde. No entanto, em determinadas situações , a criança pode realizar o tratamento no setor indicado e receber alta no final do dia “, explica Dra. Bárbara.
Fundamental, segundo a oncologista, é que familiares fiquem atentos a sintomas que podem apontar a possibilidade de câncer infantil, devendo ser avaliados pelo especialista:
– palidez, hematomas ou sangramento;
– caroços ou inchaços, especialmente se forem indolores, sem febre ou outros sinais de infecção;
– perda de peso inexplicada ou febre, tosse persistente ou falta de ar, suores noturnos;
– alterações nos olhos, como: pupila branca, estrabismo de início recente, perda visual, hematomas ou inchaço ao redor dos olhos;
– inchaço abdominal;
– dores de cabeça, especialmente se for incomum, persistente ou grave, vômitos (em especial pela manhã ou com piora ao longo dos dias);
– dor em membros como braços ou pernas, ou dor óssea, inchaço sem trauma ou sinais de infecção;
– fadiga, letargia ou mudanças no comportamento, como isolamento;
– tontura, perda do equilíbrio ou da coordenação.
A oncologista do Austa Hospital ressalta que os cânceres infantis são, geralmente, mais agressivos e desenvolvem-se rapidamente, porém as crianças e os adolescentes respondem melhor ao tratamento.
A cada três minutos uma criança morre de câncer. A cada ano, mais de 300.000 crianças com idades entre 0 e 19 anos são diagnosticadas com câncer em todo o mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Os tipos mais comuns de câncer infantil são leucemias (câncer dos tecidos produtores de sangue), linfomas (câncer do sistema linfático) e tumores cerebrais.