A corrida eleitoral pelo Palácio do Planalto contou com mais uma pesquisa de opinião na semana passada, quarta-feira (17), quando o PoderData divulgou um levantamento indicando uma possível nova tendência: a queda da distância entre o ex-presidente Lula (PT) e o atual presidente Jair Bolsonaro (PL).
O estudo, realizado com entrevistas por telefone de 13 a 15 de fevereiro, mostra que a vantagem de Lula recuou 5 pontos percentuais em 1 mês. Hoje, o petista lidera com 40% das intenções de voto, contra 31% de Bolsonaro. A distância de 9 pontos era de 14 pontos há 1 mês, quando Lula marcava 42% e o ex-capitão, 28%.
Em relação ao estudo imediatamente anterior do mesmo PoderData, divulgado há 15 dias, no entanto, não houve alteração superior à margem de erro (2 pontos percentuais) nas intenções de voto de Lula, de Bolsonaro e até do terceiro colocado, o ex-juiz Sergio Moro (Podemos).
Embora os líderes da corrida eleitoral tenham apresentado variações abaixo da margem de erro de um levantamento para o outro, é possível afirmar que há uma tendência de redução na vantagem de Lula sobre Bolsonaro levando em conta os últimos três levantamentos (a distância foi de 14 a 11 e, depois, a 9 pontos).
Distância no 2º turno também caiu, mostra estudo
A pesquisa desta semana mostra ainda que, no 2º turno, Lula segue vencendo qualquer um dos adversários em um confronto direto por ao menos 15 pontos percentuais. Porém, a vantagem do petista no eventual 2º turno, diminuiu. Há 1 mês, a dianteira era de pelo menos 22 pontos.
A possibilidade de vitória no 1º turno também caiu. Em janeiro, o PoderData indicava que Lula (42%) empatava na margem de erro com a soma de todos os outros candidatos (45%), o que significa a chance de não haver 2º turno. Na pesquisa desta semana, Lula tem 41%, os oponentes, 51%.
Mudança entre evangélicos é possível explicação
A possível queda de Lula pode ser explicada por uma mudança de rota na opinião dos brasileiros evangélicos em relação a Bolsonaro. Em 15 dias, o percentual que considera o trabalho do ex-capitão “ótimo ou bom” no segmento subiu 6 pontos, chegando a 41% e superando os que o consideram “ruim ou péssimo” (39%).
Até a primeira semana de fevereiro, Bolsonaro estava com 35% de “ótimo ou bom” entre os evangélicos, patamar que era muito inferior ao que foi detectado, por exemplo, em agosto de 2021, quando ele chegava a 50% de “ótimo ou bom” nesse grupo religioso.
Resultados devem ser analisados com cautela
A diminuição da vantagem de Lula sobre os demais concorrentes não foi detectada até o momento por outros institutos ou empresas de pesquisa. Embora um resultado como esse possa representar o início de uma nova tendência, é preciso cautela até que seus números sejam confirmadas por outros levantamentos.
Em janeiro, o PoderData comunicou que publicará uma pesquisa a cada 15 dias até as eleições. Nesta semana, ainda a há previsão da divulgação de uma pesquisa feita pelo Ipespe (sob encomenda da XP Investimentos) na sexta-feira (18). O estudo também vem sendo divulgada de forma quinzenal.
Duas das principais empresas de pesquisa do país, o Datafolha e o IPEC (ex-Ibope), não publicaram levantamentos eleitorais em 2022. Inclusive, as duas ainda não registraram a intenção de fazê-lo na Justiça Eleitoral (em ano eleitoral, as pesquisas são inscritas no TSE com antecedência de alguns dias).
A pesquisa PoderData foi realizada de 13 a 15 de fevereiro de 2022. Foram entrevistadas 3.000 pessoas com 16 anos de idade ou mais em 243 municípios nas 27 unidades da Federação. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos. A pesquisa está registrada no TSE sob o número BR-06942/2022.