O Partido Socialista (PS) liderado pelo atual primeiro-ministro de Portugal, António Costa, ganhou as eleições legislativas realizadas neste domingo (30/01) com ampla vantagem, mais de 43% dos votos, com 40% da apuração realizada. Segundo projeções, isso garantiria à legenda de 100 a 118 assentos do total de 230 na Assembleia da República.
Segundo os números divulgados pelo Ministério da Administração Interna, o PS é o claro vencedor e pode ser aproximar da maioria absoluta. O líder da oposição, Rui Rio, do Partido Social Democrata (PSD, de centro-direita), recebeu pouco mais de 32% dos votos.
O ultradireitista Chega, que tinha um deputado no parlamento, aparece como terceira força, com mais de 7% dos votos na parcial, enquanto os antigos parceiros da esquerda tiveram resultados piores.
O Bloco de Esquerda, que era a terceira força em 2019, com quase 7%, cairia agora para a quinta posição, com menos de 3%. Já a coalizão de comunistas e verdes passaria de 4,6% das últimas eleições para mais de 3%.
Necessidade de governo estável
As eleições legislativas de Portugal, antecipadas devido à reprovação da proposta de orçamento para 2022 apresentada pelos socialistas, foram encerradas às 20h (hora local; 16h em Brasília), com o fechamento dos centros de votação nos Açores. A abstenção, de acordo com as pesquisas, seria inferior a 51%, número registrado nas eleições de 2019.
Os resultados provisórios contrastam com as pesquisas divulgadas nos últimos dias de campanha, que apontavam um empate técnico entre o PS e o PSD.
Embora haja “um certo desencanto com os socialistas”, segundo a politóloga Marina Costa Lobo, da Universidade de Lisboa, a maioria do eleitorado português crê que António Costa tenha “mais aptidões e experiência em governar” do que o líder social-democrata, Rui Rio.
Sob Costa, Portugal superou as medidas de austeridade, manteve disciplina fiscal e reduziu o desemprego aos níveis pré-pandemia. O país também apresenta o mais alto nível de imunização contra a covid-19 da Europa, com 90% de seus 10 milhões de habitantes totalmente vacinados.
Aludindo às vantagens da continuidade, os cartazes do PS traziam o slogan “Continuar a avançar”. O país necessita um governo estável, também para tirar plena vantagem do pacote de 16,6 bilhões de euros do fundo de recuperação da União Europeia, que deverá receber até 2026.