O ex-presidente Lula (PT) disse que espera que “dê certo” a conversa com o ex-governador Geraldo Alckmin (sem partido) para a composição de uma chapa para a disputa das eleições presidenciais em outubro deste ano. O petista voltou a tecer elogios ao ex-tucano em entrevista concedida à Rádio CBN do Vale do Paraíba, no interior de São Paulo, na manhã desta quarta-feira (26). Alckmin tem forte influência política na região.
“Espero que dê certo essa conversa, espero que o Alckmin escolha o partido político adequado, que faça aliança com o PT, espero que o PT compreenda a necessidade de se fazer aliança e espero que o povo brasileiro possa colher aquilo que tem como expectativa em uma possível volta do PT”, afirmou.
“Uma chapa para presidente depende de dois fatores: eu decidir ser candidato, o que farei entre fevereiro e março, e a ida do Alckmin para um partido que se alie com o PT. Eu, se voltar a governar esse país, é pra fazer mais do que eu fiz.”
Lula ainda fez críticas ao trabalho do presidente Jair Bolsonaro (PL) e disse que o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello “deveria estar preso depois da CPI”.
“O Bolsonaro não conseguiu um único [ministro] que significasse um cara interessado em cuidar do povo. O último dele, o Pazuello, é uma vergonha. Deveria estar preso depois da CPI, mas Bolsonaro fez um decreto dando sigilo de 100 anos para as loucuras e aberrações que Pazuello fez.”
Outro tema abordado pelo petista foi a eleição para a nova composição da Câmara dos Deputados e do Senado: “Nós precisamos eleger em 2022 um conjunto de deputados que tenham uma visão mais social e mais humanista do país. Não podemos ter um Congresso que transformou o presidente, um boquirroto que falou besteiras na campanha eleitoral, em refém”.
“Eu digo para todo mundo que o problema não é ganhar as eleições, é ganhar e conseguir consertar o país. Porque o Brasil está muito mais desestruturado do que em 2003; a inflação está maior, o custo de vida, o desemprego e os prejuízos salariais estão muito maiores”, disse Lula.