Em Belo Horizonte (MG), um adolescente negro, de 14 anos, foi vítima de racismo. No grupo de WhatsApp do Colégio Cristão Ver, ele foi atacado pelos colegas de sala. “Pensei que preto era tudo pobre” e “saudades de quando preto era só escravo”, escreveram os estudantes.
O crime foi cometido após o adolescente deixar o grupo, que foi criado para os alunos debaterem o conteúdo passado em sala de aula. Ao ser excluído das conversas, no entanto, o garoto decidiu abandonar o espaço criado na plataforma WhatsApp.
“Que bom que o neguin não tá, já não aguentava mais preto naquele grupo” (sic), disse um dos alunos. Após a saída do adolescente negro, os demais estudantes mudaram o nome do grupo, que passou a ser chamado de “Pilantrinhas (sem neguim).”
Em entrevista ao jornal O Globo, o pai do adolescente, Alexandre (sobrenome será ocultado) lamentou o episódio. “Eles se desculparam, mas o leite já foi derramado. Eles bateram muito forte não só na minha família, mas no meu filho também. Hoje, [ele] não foi disputar um campeonato, não sai de casa e não está comendo.”
O caso de racismo será registrado em um Boletim de Ocorrência, nesta segunda-feira (20), pelo pai do adolescente. No colégio, será realizada uma reunião entre Alexandre e os responsáveis pelos alunos acusados pelo crime.
Nas redes sociais, a escola se manifestou. “O Colégio Cristão Ver, escola que tem no seu escopo pedagógico e o ensino fundamental com diretriz cristã, presidido por um diretor negro e tendo em seu corpo diretivo, docente e discente compostos por maioria negra e parda, vem a público manifestar o seu profundo repúdio frente aos atos racistas sofridos por um aluno do 8ª série do ensino fundamental.”
Apesar do repúdio, a escola não informou quais medidas serão tomadas contra os estudantes racistas que humilharam o adolescente negro.
Edição: Vivian Virissimo