A Academia Araçatubense de Letras (AAL) dará posse, nesta quinta-feira (25), ao escritor José Hamilton Brito, que assumirá a cadeira número sete, cujo patrono é Vinícius de Moraes. O cronista foi eleito pelos confrades em julho e a posse será no dia em que a AAL completará 29 anos de existência. A solenidade, aberta ao público, será no teatro municipal Paulo Alcides Jorge, a partir das 19h. Haverá distanciamento entre os presentes e será exigido o uso de máscara.
Brito é autor do livro “O que fazer…”, editora AAL, lançado em março de 2020, que reúne 52 crônicas entre inéditas e outras publicadas na imprensa local desde que começou a participar do Grupo Experimental (GE), há cerca de 20 anos. As crônicas tratam de temas diversos, com predominância de suas memórias de pessoas e acontecimentos passados em Araçatuba, onde nasceu há 78 anos e vive até hoje. Humor e texto leve são as características do cronista.
O título da obra é uma referência ao vazio que tomou contra do representante de laboratório farmacêutico ao se aposentar: “O que fazer ?”. De início, procurou preencher suas noites em caraoquês e videoquês, se revelando um cantor das antigas. Daí ao grupo Amigos da Seresta foi um pulo.
Certo dia, viu no jornal a notícia de que o recém-fundado Grupo Experimental da AAL convidava pessoas interessadas em literatura para participar de suas reuniões. Brito decidiu ir e durante um ano foi apenas expectador. A partir do primeiro texto, tomou gosto pela escrita e não mais parou. “O Grupo Experimental está entre as coisas boas que aconteceram na minha vida”, garante o cronista. “Cresci intelectualmente”.
O gosto pela música e pela escrita fez com que Brito passasse a participar de outros eventos culturais da cidade. E até a organizar um que lhe valeu reconhecimento público. Em 2011, conseguiu reunir os cantores do programa “Astros do Amanhã”, amadores que se apresentavam na Rádio Cultura de Araçatuba, que marcou época na década de 1960. O feito rendeu-lhe o prêmio Odette Costa na categoria “Promotor de Evento Cultural”.
O autor de “O que fazer…” admite que ser eleito para a Academia nunca fez parte de seus planos, mas está feliz por ter sido escolhido para a cadeira que tem Vinícius de Moraes como patrono, pois se identifica com o “Poetinha”. Apesar de sua afinidade com a crônica, Brito tem um livro de poesia e um romance em fase de conclusão.
Para o presidente da AAL, Arnon Gomes dos Santos, a solenidade de quinta-feira será um marco para a entidade. “É uma honra poder dar posse ao José Hamilton, um escritor com intensa participação na vida cultural de nossa cidade. E vai ser numa noite especial, em que a instituição aniversaria e fará o primeiro encontro presencial entre os acadêmicos desde o início da pandemia”.