O soldado da Policial Militar Bruno Fernando Tunes, que se envolveu em um grave acidente de viatura no último sábado, teve a morte cerebral confirmada no início da noite desta segunda-feira (11). Ele está internado no hospital da Unimed de Bauru. Tunes pertence ao BAEP (Batalhão de Ações Especiais de Polícia) de Araçatuba.
O sargento André Luís Ciolin, que também atuava no 12º Baep, morreu no mesmo acidente, ocorrido na Rodovia Marechal Rondon, entre Bauru e Avaí. Um terceiro PM, o cabo Guilherme Yoshio Obana Belizário, lotado no 28 Batalhão, em Andradina, continua internado em estado grave no Hospital de Base de Bauru.
Os três militares voltavam de um curso de Controle de Distúrbio Civil (CDC) realizado em São Paulo. Os PMs ocupavam uma Toyota SW4, do 28º Batalhão de Andradina, que capotou por motivos ainda desconhecidos.
Os três policiais foram arremessados para fora do carro no momento do acidente. Ciolin morreu na hora e os outros dois policiais foram socorridos em estado gravíssimo.
Morte cerebral
Popularmente chamada de morte cerebral, a morte encefálica é a “morte baseada na ausência de todas as funções cerebrais”. De acordo com a Associação Brasileira de Transplante de Tecidos e Órgãos (ABTO), trata-se de uma definição legal (no sentido da legislação) de morte. É completamente irreversível e, para ser atestada, existem protocolos médicos e jurídicos que devem ser seguidos.
A suspeita de morte cerebral é confirmada em etapas, já que o diagnóstico não admite erros. Por isso, os procedimentos devem ser iniciados apenas em pacientes que apresentem: coma não perceptivo (que não respondem a estímulos), ausência de reatividade acima da medula espinhal e apneia persistente (incapacidade de coordenar movimentos respiratórios).
De acordo com a Resolução CFM nº 2.173/17, do Conselho Federal de Medicina, o paciente também deve apresentar todos os seguintes pré-requisitos: presença de lesão encefálica de causa conhecida e irreversível; ausência de fatores tratáveis que confundiriam o diagnóstico; tratamento e observação no hospital pelo período mínimo de seis horas; temperatura corporal superior a 35ºC; e saturação arterial de acordo com critérios estabelecidos pela Resolução.
No Brasil, o protocolo de morte cerebral deve ser realizado por dois médicos diferentes, com um intervalo mínimo de uma hora, que avaliarão, por meio do exame físico, as funções cerebrais.
Além dos exames clínicos que testam reflexos do tronco encefálico, como reação das pupilas, que devem ser realizados por esses dois médicos diferentes, com um intervalo mínimo de uma hora entre o primeiro e o segundo, o paciente deve ser submetido a um teste de apneia, para confirmar a incapacidade de o paciente manter a respiração de maneira independente, e a um exame complementar que assegure a ausência de atividade cerebral cortical, ausência do metabolismo ou ausência de fluxo sanguíneo cerebral, como a angiografia cerebral, o eletroencefalograma, o doppler transcraniano ou a cintilografia.