Ouvir é um processo referente ao sentido da audição. Já escutar é uma ação que depende da vontade em se prestar atenção, entender ou refletir sobre o que se ouve. O ser humano na sua evolução aprendeu a falar e a ouvir, mas não necessariamente a escutar.
A verdade é que nós mais ouvimos do que escutamos. Escutar não é só agir com atenção e inteligência, mas ser sensível com quem fala. Existem pesquisas no sentido de que as pessoas mais próximas são as que menos escutamos, porque há uma tendência inconsciente de achar que já sabemos o que vão nos dizer. Isso pode gerar conflitos ou relações doentias.
O escritor Stephen R. Covey expõe sobre o assunto: “Muitas vezes se ouve para responder e não para entender o que é dito”. Escutar é um exercício de paciência e de empatia (capacidade de se identificar com outra pessoa e sentir o que ela sente). O silêncio, às vezes, vale mais do que palavras. Aprender a escutar é importante para a vida e com isso podemos evitar conflitos.
Willian Ury, especialista em Negociação de Conflitos pondera: “Você precisa suspender sua reação quando quiser revidar, ouvir quando quiser rebater, perguntar ao invés de forçar suas respostas e criar pontes ao invés de impor seu jeito”.
A mensagem deste tema é que devemos escutar mais (que é diferente de ouvir) e falar menos. Por isso, popularmente se diz que: “Deus fez o ser humano com dois ouvidos e uma boca, para escutar mais e falar menos”. Oportuno também o pensamento da Sabedoria Oriental: “O homem comum fala, o sábio escuta, o tolo discute”.
A arte de “bem falar” costuma ser objeto de livros, palestras e congressos, mas a de “bem escutar” nem sempre. Especialistas no assunto em questão afirmam que o ego é que nos impede de escutar, e que a mediação é recomendada para exercitar o processo de escuta. Adelmo Pinho é promotor de justiça em Araçatuba.