Chapecó (SC), Ourinhos (SP) e outras cidades do Brasil estão enfrentando surtos da doença mão-pé-boca, causada pelo vírus Coxsackie. Embora possa acometer também os adultos, ela é mais comum na infância, antes dos cinco anos de idade. O nome da doença se deve ao fato de que as lesões aparecem mais comumente em mãos, pés e boca.
A doença costuma registrar um aumento de casos em nesta época do ano, mas segundo os especialistas, em 2021 o crescimento está sendo maior que o esperado.
Em Chapecó foram registrados 63 casos positivos em crianças de oito escolas diferentes. Em Ourinhos, 63 crianças foram atendidas pelo sistema de saúde com sintomas da doença.
Sintomas da doença mão-pé-boca
- febre alta nos dias que antecedem o surgimento das lesões;
- aparecimento, na boca, amídalas e faringe, de manchas vermelhas com vesículas branco-acinzentadas no centro que podem evoluir para ulcerações muito dolorosas;
- erupção de pequenas bolhas em geral nas palmas das mãos e nas plantas dos pés, mas que pode ocorrer também nas nádegas e na região genital;mal-estar, falta de apetite, vômitos e diarreia;
- por causa da dor, surgem dificuldade para engolir e muita salivação.
Transmissão ocorre através do contato direto
A transmissão se dá pela via fecal/oral, através do contato direto entre as pessoas ou com as fezes, saliva e outras secreções, ou então através de alimentos e de objetos contaminados.
Mesmo depois de recuperada, a pessoa pode transmitir o vírus pelas fezes durante aproximadamente quatro semanas. O período de incubação oscila entre um e sete dias. Na maioria dos casos, os sintomas são leves e podem ser confundidos com os do resfriado comum.
Não existe vacina para a doença mão-pé-boca
Ainda não existe vacina contra a doença mão-pé-boca. Em geral, como ocorre com outras infecções por vírus, ela regride espontaneamente depois de alguns dias.
Por isso, na maior parte dos casos, tratam-se apenas os sintomas. Medicamentos antivirais ficam reservados para os casos mais graves. O ideal é que o paciente permaneça em repouso, tome bastante líquido e alimente-se bem, apesar da dor de garganta.
Siga essas recomendações
- nem sempre a infecção pelo vírus Coxsackie provoca todos os sintomas clássicos da síndrome. Há casos em que surgem lesões parecidas com aftas na boca ou as erupções cutâneas; em outros, a febre e a dor de garganta são os sintomas predominantes;
- alimentos pastosos, como purês e mingaus, assim como gelatina e sorvete, são mais fáceis de engolir;
- bebidas geladas, como sucos naturais, chás e água são indispensáveis para manter a boa hidratação do organismo, uma vez que podem ser ingeridos em pequenos goles;
- lembre-se sempre de lavar as mãos antes e depois de lidar com a criança doente, ou levá-la ao banheiro. Se ela puder fazer isso sozinha, insista para que adquira e mantenha esse hábito de higiene mesmo depois de curada;
- evitar, na medida do possível, o contato muito próximo com o paciente (como abraçar e beijar);
- cobrir a boca e o nariz ao espirrar ou tossir;
- manter um nível adequado de higienização da casa, das creches e das escolas;
- não compartilhar mamadeiras, talheres ou copos;
- afastar as pessoas doentes da escola ou do trabalho até o desaparecimento dos sintomas (geralmente 5 a 7 dias após início dos sintomas);
- lavar superfícies, objetos e brinquedos que possam entrar em contato com secreções e fezes dos indivíduos doentes com água e sabão e, após, desinfetar com solução de água sanitária diluída em água pura (1 colher de sopa de água sanitária diluída em 4 copos de água limpa);
- descartar adequadamente as fraldas e os lenços de limpeza em latas de lixo fechadas.