Nesta segunda-feira (11), o LAB MÓVEL do Instituto Butantan começa a operar em uma nova parada na cidade de Araçatuba, interior do estado de São Paulo, para o mapeamento e sequenciamento do vírus SARS-CoV-2. O objetivo é acelerar o processo de testagem dos casos suspeitos de Covid-19 e sequenciamento das variantes que circulam na cidade e adjacências.
Além de Araçatuba, mais treze municípios serão mapeados, sendo eles, Avanhandava, Andradina, Barbosa, Birigui, Buritama, Glicério, Guararapes, Ilha Solteira, Mirandópolis, Penápolis, Pereira Barreto, Suzanápolis e Valparaíso. As amostras serão coletadas em suas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e encaminhadas ao laboratório itinerante.
Com as análises realizadas dentro do LAB MÓVEL é possível obter o resultado em até 24 horas (a partir do momento em que as amostras chegam ao container) e, em seguida, inicia-se o sequenciamento, que pode durar de três a seis dias. Atualmente, fora do container itinerário, todo o processo entre a testagem de amostras e o sequenciamento de variantes pode durar de 10 a 12 dias.
“Nosso objetivo com o LAB MÓVEL é analisar as amostras com mais agilidade e assertividade para entender quais regiões do estado precisam de mais atenção”, afirma Sandra Coccuzzo, diretora do Centro de Desenvolvimento Científico do Butantan.
Os moradores das cidades que irão receber o LAB MÓVEL poderão acompanhar os trabalhos dos pesquisadores de perto. Isso porque a estrutura do veículo, de mais de 12 metros de comprimento e quase 3 metros de altura, conta com uma parte de vidro que permite a observação dos procedimentos realizados pelos cientistas.
“A iniciativa vai permitir que as pessoas vejam os equipamentos e cientistas do Instituto em ação, aproximando ainda mais a ciência da população brasileira”, afirmou Eduardo Araújo, CEO da Loccus, parceira do Butantan no projeto. O veículo, equipado com alta tecnologia, possui três sequenciadores genéticos, extrator de DNA, centrífuga, seladora, geladeira e freezer para armazenamento de amostras, entre outros. O investimento total foi de R$ 3 milhões.
Esta será a quarta parada do laboratório itinerante, que começou a operar em Aparecida, região do Vale do Paraíba, e nas duas últimas semanas esteve em Piracicaba, interior de São Paulo. O projeto envolve cerca de 20 funcionários do Butantan e já soma mais de 400 horas trabalhadas, e mais de 7000 amostras testadas no período, a parada anterior, em Araçatuba, resultou em 2756 amostras em 23 dias.
Projeto LAB MÓVEL
Os municípios que recebem o laboratório se responsabilizam por realizar as coletas de amostras em suas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e encaminhá-las ao laboratório itinerante. Lá, por sua vez, os especialistas realizam o diagnóstico e, então, separam as amostras positivas para iniciar o sequenciamento e identificar as variantes.
O sequenciamento é necessário porque os vírus sofrem mutações, ou seja, alterações em seus códigos genéticos, gerando variantes. Para realizar o mapeamento das variantes é necessário, em primeiro lugar, extrair o RNA da amostra coletada.
Em um segundo momento, essas moléculas passam por um processo de conversão para DNA que, posteriormente, é multiplicado em diversas cópias que são inseridas no sequenciador. Um computador libera os resultados e a análise é realizada por especialistas, conhecidos como bioinformatas.
Atualmente, o Instituto Butantan coordena a Rede de Alertas das Variantes do SARS-CoV-2 e recebe dados dos demais parceiros da rede: Hemocentro de Ribeirão Preto/FMRP-USP, FZEA-USP/Pirassununga, Centro de Genômica Funcional ESALQ-USP/Piracicaba, Faculdade de Ciências Agrônomas UNESP/Botucatu, FAMERP São José do Rio Preto e Mendelics.
Serviço
Data: Dia 11/10 ao dia 25/10
Horário: 8h às 17h
Endereço: Praça Rui Barbosa – Centro de Araçatuba – São Paulo