Cleiton Alexandro Soares Teixeira, 25 anos, que perdeu os dois pés e parte da mão esquerda após ser atingido por um explosivo deixado pelos criminosos que aterrorizaram Araçatuba na madrugada do dia 30 de agosto, durante um mega-assalto a bancos, havia sido transferido para UTI mas já deixou a unidade intensiva e foi para um quarto. Uma das vítimas, de 31 anos, segue internado em estado grave na UTI. Três vítimas ainda continuam na Santa Casa sem previsão de alta.
A vítima que está na UTI é um homem de 31 anos que foi transferido para a unidade de terapia intensiva na quinta-feira (2), onde encontra-se intubado. No dia em que teve a piora devido a uma intercorrência respiratória ele seria submetido a uma cirurgia, que precisou ser suspensa até que ele receba alta da UTI.
O paciente deu entrada na Santa Casa na madrugada de segunda-feira (30), após ter sido baleado no braço e levado um tiro de raspão na cabeça, apresentando quadro clínico grave, porém estável. Ele foi intubado e na terça-feira foi extubado. Na quarta já estava agendada cirurgia para extração do projétil, mas ele passou por intercorrência respiratória e precisou ser novamente intubado, e segue em atendimento intensivo na UTI.
O paciente foi baleado quando tentava fugir do tiroteio e acabou perdendo o controle da moto e batendo em um veículo parado na avenida Jorge Melen Rezek. Por estar na mesma rota de fuga dos criminosos, acabou ficando sob escolta policial como suspeito de integrar o bando, mas logo a suspeita foi descartada. A mãe dele teve princípio de infarto devido à situação.
O outro paciente, um homem de 38 anos baleado nas pernas, braços e cabeça (raspão) segue internado com quadro clínico estável, porém sem previsão de alta.
Rapaz amputado deixa UTI

O servente de pedreiro Cleiton Alexandro Soares Teixeira, 25 anos, havia sido levado para UTI e segundo a irmã, Jéssica Valeriano Souza Teixeira, 23 anos, nesta terça-feira (7) ele foi transferido de volta para o quarto. A assessoria de imprensa da Santa Casa informou que Cleiton segue internado com quadro clínico estável mas sem previsão de alta.
Após ter sido vítima de uma explosão que amputou os dois pés e a parte da mão esquerda, ainda internado em estado grave e em fase de recuperação, Cleiton passou a ser vítima de fakenews onde o acusam de ter sido autor do latrocínio (roubo com morte) contra o veterinário Fernando Trivelato, há sete anos, no bairro Icaray, em Araçatuba. O delegado Paulo Natal, que conduziu o inquérito na época, desmentiu o boato que estava sendo espalhado nas redes sociais.
Natal disse que na época o latrocínio foi cometido por dois menores e um maior. Um dos adolescentes e o maior tinham o nome de Cleiton, mas o sobrenome de nenhum deles bate com o do servente vítima da explosão. O maior, apontado como o mesmo que perdeu os pés na explosão, na realidade encontra-se detido condenado a 30 anos de prisão pelo latrocínio do veterinário Fernando Trivelato. “Não procede, esse rapaz não tem nada a ver com o latrocínio como estão falando”, disse o delegado.
Ele lembrou que o acusado de disparar o tiro que matou o veterinário chama-se Cleiton Araújo e na época tinha 20 anos, portanto, é mais velho e não tem o mesmo sobrenome da vítima da explosão. O outro evolvido na época ainda menor, atualmente é mais novo do que o servente e também tem sobre nome diferente.
Além de ter sido condenado a 30 anos de prisão pelo latrocínio, Natal lembrou que Cleiton Araújo ainda tinha envolvimento em duas tentativas de latrocínio, uma contra o segurança de um curtume e outra contra um policial aposentado, que quase morreu após levar fortes coronhadas na cabeça. Ele ainda era suspeito de participação em um homicídio cuja participação não foi comprovada na época.
Família está arrasada
Além de ter de conviver com a triste realidade de Cleiton, que se recupera e chora a todo momento questionando como vai fazer para trabalhar e cuidar de sua mãe, sem ter os dois pés, a família ainda passa outro drama gerado pelas falsas informações que o acusam do latrocínio.
“A gente vê muitos comentários maldosos contra o meu irmão e acusação de uma coisa que ele não fez. É muito triste”, disse a irã mais nova dele, Jéssica Valeriano Souza Teixeira, 23 anos. Ela conta que a família precisou tirar o celular da mãe, porque além dessas acusações, começaram a expor muitas fotos e vídeos de Cleiton ferido, com imagens fortes que agora passara a ser alvo de comentários ainda piores.
A explosão
Jéssica contou que na noite de domingo seu irmão estava na casa de uma prima. Ele voltava para casa de bicicleta, onde a mãe havia ficado sozinha, quando passou pelo centro de Araçatuba, onde havia acabado de acontecer o ataque de criminosos, que deixaram dezenas de dinamites espalhadas pelas ruas centrais.
Ao passar perto de um dos artefatos, no cruzamento das ruas Duque de Caxias com General Osório, ocorreu a explosão. Ele disse aos familiares que passava ao lado do artefato, tentando pegar seu próprio celular do bolso, quando de repente foi surpreendido pela explosão.
A autônoma Michele de Oliveira, 23 anos, presenciou o exato momento da explosão. Ela voltava da casa de sua avó e estava atrás de Cleiton quando o artefato explodiu. “Ele estava distante uns cinco passos da dinamite quando passou e houve a explosão. Eu vi ele sendo arremessado com a bicicleta. Estão dizendo que ele foi mexer na dinamite, mas eu vi, ele nem relou”, contou a moça.